"Fico feliz que existam vacinas no ocidente, esperamos que seja verdade, e que não seja uma manobra geopolítica", disse.
O Presidente da Venezuela falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante uma reunião com membros do seu gabinete, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
"Não tenho nas mãos os estudos desta vacina da Pfizer. Já os pedi e agora vou ler. Dizem que é 90% efetiva (...), eu pergunto o que acontece com os outros 10% de não efetividade", questionou.
Nicolás Maduro recomendou à imprensa que, em relação às vacinas da Rússia, China, Índia e Cuba, "avaliem e façam a notícia com o [mesmo] otimismo [e] a mesma magnitude, porque fica suspeito, parece uma campanha geopolítica".
"A Rússia tem uma vacina super-avançada e a China tem várias, e quando dão notícias da Rússia e quando eles anunciam que estão prontas e que são 100% eficazes, há silêncio na imprensa ocidental", acusou.
Segundo Nicolás Maduro, a agenda informativa "dos grandes meios televisivos dos Estados Unidos da Europa" sobre a vacina da Pfizer fez "subir as bolsas de valores e até o petróleo".
Por outro lado, garantiu que na Venezuela decorrem "muito bem" os testes da vacina russa Sputnik V, afirmando que o Governo venezuelano aguarda para poder divulgar os resultados definitivos.
"Avaliando objetivamente o panorama mundial, estimo que até abril de 2021 poderemos iniciar o processo de vacinação segura, gratuita e de qualidade, para combater a covid-19", frisou.
O Presidente da Venezuela afirmou ainda que o Executivo trabalha para fortalecer o sistema público de saúde venezuelano, destacando em particular o esforço sanitário e epidemiológico levado a cabo durante a pandemia de covid-19.
A Venezuela recebeu, no passado mês de outubro, um lote de 2.000 doses da vacina russa Sputnik V, para participar na fase 3 de testes daquele fármaco.
O país registou 95.149 casos de pacientes com o novo coranavírus desde o início da pandemia, além de 830 mortes, tendo 90.059 pessoas recuperado da doença.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.