Autor do atentado de Nice tinha fotografia de assassino de Samuel Paty
Uma fotografia do islamita que degolou o professor francês Samuel Paty foi encontrada no telefone do autor do atentado que causou três mortos a 29 de outubro em Nice (sudeste), indicou hoje a procuradoria antiterrorista francesa, PNAT.
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Mundo França
A análise ao telefone do tunisino Brahim Aouissaoui, ferido com vários tiros pela polícia e cujo "prognóstico vital continua em aberto", permitiu ainda encontrar uma mensagem áudio qualificando a França como um "país de descrentes" e "fotografias relativas" ao grupo extremista Estado Islâmico, adiantou a procuradoria.
A PNAT abriu uma investigação judicial nomeadamente por "assassínio e tentativas de assassínio em relação com empresa terrorista".
"Neste nível das investigações não foram apurados contactos operacionais de interesse suscetíveis de terem facilitado a passagem ao ato", precisa a procuradoria, indicando que a instrução deve procurar "verificar se ele beneficiou de cumplicidade ou algum apoio no seu projeto criminoso, seja em França, em Itália ou na Tunísia".
O atacante, nascido em março de 1999 e infetado com o novo coronavírus, está hospitalizado na "região parisiense" e continua num estado de saúde indefinido, adiantou.
Os investigadores, que encontraram no seu telefone a fotografia de Abdullakh Anzorov, que assassinou a 16 de outubro Samuel Paty nos arredores de Paris, conseguiram refazer o seu itinerário desde que partiu da Tunísia por barco a 19 de setembro, segundo a PNAT.
Tendo chegado à ilha de Lampedusa no dia seguinte, Brahim Aouissaoui ficou em quarentena num navio até 09 de outubro, quando desembarcou em Bari e foi imediatamente instado a deixar o território italiano.
Passou depois 14 dias na Sicília, antes de chegar a Roma no dia 27 de manhã e em seguida a Nice, à noite.
Dois dias mais tarde matou à facada dois fiéis e o sacristão da basílica de Nossa Senhora da Assunção em Nice, antes de ser gravemente ferido pela polícia.
Este ataque foi o terceiro realizado em França após a republicação pelo semanário satírico francês Charlie Hebdo no início de setembro de caricaturas do profeta Maomé.
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