"Ele está a caminho de Adis Abeba para conversações", disse Kehinde Akiyemi, porta-voz do antigo chefe de Estado, citado pela agência France-Presse, acrescentando que se trata de uma missão de "mediação".
O Governo etíope e a União Africana (UA) disseram não ter informações sobre esta missão de Obasanjo, que no passado já foi o enviado especial das Nações Unidas (ONU) para a República Democrática do Congo (RDCongo).
Em Kampala, funcionários governamentais disseram no domingo que o Presidente ugandês, Yoweri Museveni, iria iniciar hoje a mediação entre o Governo etíope e as autoridades regionais dissidentes em Tigray.
Questionado pela AFP sobre este assunto, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope disse que "não tinha conhecimento" da referida missão.
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, lançou em 04 de novembro uma operação militar na região de Tigray, após meses de tensão crescente com as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).
As autoridades do Tigray dispararam no sábado foguetes contra a capital fronteiriça da Eritreia, que acusam de estar a ajudar o exército federal etíope na sua ofensiva, uma escalada que poderá agravar e internacionalizar o conflito.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse esperar uma onda de refugiados no vizinho Sudão, acreditando que o conflito poderá escalar.
Quase 25.000 homens, mulheres e crianças etíopes já fugiram dos combates em Tigray, de acordo com a agência oficial sudanesa Suna.