"Uma vez terminada a crise sanitária em que nos encontramos, a pior reação seria cair ainda mais numa febre consumista e em novas formas de autopreservação egoísta", afirmou o sumo pontífice, acrescentando: "Não se esqueçam que não saímos de uma crise da mesma maneira: saímos melhor ou pior. Alimentemos o que é bom, aproveitemos a oportunidade e coloquemo-nos todos ao serviço do bem comum".
Na mensagem para os jovens presentes no encontro internacional a decorrer em Assis desde quinta-feira, o líder da Igreja Católica vincou a necessidade de desenvolver "outra narrativa económica" e "assumir que o atual sistema mundial é insustentável de vários pontos de vista", atingindo principalmente o planeta e os "mais pobres e excluídos" da sociedade.
"Esperemos que no final não haja mais 'outros', mas que aprendamos a desenvolver um estilo de vida capaz de dizer 'nós'", enfatizou o Papa, sem deixar de reconhecer que a gravidade da atual pandemia "exige uma consciência responsável de todos os atores sociais" e criticando a crise social e económica "que está a hipotecar o presente e o futuro no abandono e exclusão de tantas crianças, adolescentes e famílias inteiras".
O encontro "Economia de Francisco - Papa Francisco e jovens de todo o mundo para a economia de amanhã" decorre até domingo.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.373.381 mortos resultantes de mais de 57,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.