Atualmente, a maior parte das regiões da Itália são "zonas vermelhas", ou seja, de alto risco, ou "zonas laranjas" (de risco médio-alto), de acordo com o sistema de restrições que prevê estes três níveis, introduzido este mês pelo Governo de Giuseppe Conte.
"Será um Natal diferente e mais sóbrio, em que teremos de evitar movimentos que não sejam essenciais", afirmou o ministro da Saúde, Roberto Speranza, em declarações à televisão pública.
O Governo está a estudar as regras que serão aplicadas no período de Natal, e que constarão de um novo decreto que entrará em vigor em 04 de dezembro, um dia após expirar o atual período que prevê recolher nacional às 22:00, encerramento de bares e restaurantes às 18:00 e três níveis de risco.
As novas medidas não são, no entanto, consensuais no Governo, tendo o ministro do Sul, Giuseppe Provenzano, argumentado que "não só é prematuro, mas também impróprio discutir o Natal agora", numa altura em que se apela à prudência.
Roberto Speranza também se referiu hoje à vacinação da população para combater a covid-19, referindo que não será obrigatória, mas que será feita uma campanha para persuadir o maior número de pessoas a serem vacinadas, embora alguns virologistas defendam que, com os dados disponíveis, é ainda muito cedo para tomar essa decisão.
"A Itália deve tentar obter imunidade coletiva e, portanto, uma vacinação em massa anti-covid-19 será realizada através da persuasão", explicou Speranza em declarações ao canal Rai 3.
"Acredito que, com uma campanha real, podemos tentar conseguir a imunidade coletiva sem partir para a obrigatoriedade, mas é uma avaliação que faremos ao longo dos meses", acrescentou.
O ministro da Saúde adiantou ainda que as primeiras doses da vacina chegarão no final de janeiro.
"No melhor dos casos, teremos vacinas para 1,7 milhões de pessoas no final de janeiro. Depois, aos poucos, esperamos a chegada de outras vacinas e, na primavera, haverá vacinação em massa", acrescentou.
Entretanto, uma das virologistas mais importantes do país, Andrea Crisant, diretora do Laboratório de Microbiologia e Virologia do Hospital de Pádua, defendeu ser demasiado cedo para se programar prazos de vacinação.
"Com base no conhecimento que temos agora, eu não me vacinaria", disse Crisanti, explicando que não tomará essa decisão enquanto "os dados de eficácia e segurança da vacina não estiverem disponíveis tanto para a comunidade científica como para as autoridades que regulam sua distribuição".