"Não se trata apenas do problema entre Grécia e Chipre. Vários membros transferem os problemas bilaterais que têm connosco para a União Europeia e disfarçam-nos como uma suposta solidariedade entre os membros", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, numa intervenção no Parlamento.
"Continuamente abusam de nós. A União Europeia tem de abandonar este erro. Se tiver êxito, toda a Europa beneficiará com a nossa cooperação; caso contrário, toda a Europa será prejudicada", acrescentou o ministro.
"Esperamos que a UE aprenda com os seus erros e veja o valor que terá a adesão da Turquia à União. Estamos convencidos de que, neste caso, seremos capazes de estabelecer relações mais positivas e sublinhamos o nosso desejo de um diálogo construtivo com a UE", Cavusoglu disse.
Já no domingo, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deu a entender a sua vontade de melhorar as relações com a UE, após meses de confronto sobre a busca turca de gás natural em áreas do Mediterrâneo Oriental sobre as quais Grécia e Chipre reivindicam direitos económicos.
"O Império Otomano teve uma história de 600 anos na Europa. Também hoje nos vemos como uma parte inseparável da Europa. Começando com a NATO, sempre fomos o membro mais forte das alianças ocidentais", disse Erdogan.
As declarações de Cavusoglu ocorrem apenas um dia depois de seu Ministério convocar representantes diplomáticos da Itália, Alemanha e da UE para protestar contra a intercetação de um cargueiro turco a caminho da Líbia, no âmbito da operação europeia Irini - que monitoriza o embargo de armas imposto aos líbios.