Segundo uma nota publicada na rede social chinesa Weibo pelo Centro de Detenção de Yantian, em Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong, os jovens foram "entregues" aos procuradores, "de acordo com a lei".
A nota confirma que os jovens, entre os quais está o estudante universitário Tsz Lun Kok, detentor de passaportes português e chinês, são suspeitos de "travessia ilegal" das águas da China continental. Dois jovens são ainda suspeitos de organizar a passagem ilegal da fronteira.
A campanha #save12hkyouths ("salvem os 12 jovens de Hong Kong") confirmou à Lusa que os familiares dos detidos não receberam ainda qualquer informação oficial. "Acreditamos que as famílias irão receber notificações mais cedo ou mais tarde", acrescentou um porta-voz.
Os detidos, a maioria ligados aos protestos anti-governamentais do ano passado, em Hong Kong, tinham iniciado a viagem com destino a Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo, quando a lancha em que seguiam foi intercetada, em 23 de agosto, pela guarda costeira chinesa.
Segundo familiares dos detidos, desde a detenção nenhum dos ativistas pôde contactar a família nem ter acesso a advogados mandatados pelos seus familiares, denunciando igualmente a nomeação de advogados oficiosos pelo Governo chinês.
A #save12hkyouths anunciou a 19 de Novembro que familiares de sete dos detidos receberam cartas alegadamente escritas pelos ativistas. Na altura a campanha confirmou à Lusa que a família de Tsz Lun Kok não tinha recebido qualquer mensagem do jovem.
O jovem, que tem nacionalidade portuguesa e chinesa, embora a China não reconheça a dupla nacionalidade, tinha já sido detido em 18 de novembro de 2019 em Hong Kong, e mais tarde libertado, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, sendo acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções das forças de segurança com o objetivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior.