Três mil nigerianos deslocados pelos ataques do Boko Haram voltam a casa
As evacuações em massa dos campos para pessoas deslocadas pelo conflito contra Boko Haram prosseguem hoje, apesar do elevado número de mortes, no fim-de-semana, no nordeste da Nigéria, "as mais violentas do ano" contra civis, segundo a ONU.
© Reuters
Mundo Boko Haram
O grupo 'jihadista' Boko Haram e o seu ramo separatista, o grupo do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap), continuam a espalhar o terror no nordeste da Nigéria.
Dezenas de civis foram "mortos friamente" no sábado enquanto trabalhavam num campo de arroz, de acordo com as Nações Unidas. A ONU tinha apresentado um número de mortos de 110 no domingo, mas hoje o número foi revisto, estando confirmadas "várias dezenas" de mortes.
O governador do estado de Borno, que assistiu ao funeral, disse que "mais de 70 pessoas" morreram e que a localidade, a cerca de 20 quilómetros de Maiduguri, a capital daquele estado, ainda contabilizava muitos desaparecidos.
Um total de 500 famílias, ou cerca de 3.000 pessoas, foram levadas de autocarro de Maiduguri, onde a maioria delas se tinha refugiado há seis anos, para Marte, a 130 quilómetros de distância, de onde são originárias.
"Em conformidade com as diretivas dadas pelo governador Babagana Zulum relativamente à retirada dos deslocados para a sua comunidade, agora segura, estamos a proceder à primeira fase de deslocação para Marte", indicou a Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA), numa declaração.
Cerca de dois milhões de pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas desde o início do conflito em 2009, que matou mais de 36.000 pessoas.
O governador de Borno comprometeu-se a transportar os deslocados pelo conflito para as suas casas apesar das ameaças à segurança, dizendo que já não é financeiramente viável cuidar deles em campos protegidos pelo exército e onde vivem de distribuição de alimentos.
A maioria dos deslocados estava feliz por regressar às suas casas, de acordo com testemunhos recolhidos pela agência France-Presse (AFP), mas os assassinatos de sábado geram agora novas preocupações.
"Temos de voltar às nossas casas e encontrar as nossas quintas e terras, mas esperamos que o governo nos proteja dos rebeldes", disse Bukar Kyarimi, um dos deslocados, à AFP.
Marte, considerado o celeiro do nordeste da Nigéria e localizado perto das margens do Lago Chade, é particularmente estratégico numa altura em que as autoridades e as Nações Unidas estão preocupadas com uma grave crise alimentar. Mas esta região também está próxima de territórios controlados pelo Iswap.
Agricultores, pescadores e madeireiros são alvo regular de 'jihadistas', que os acusam de transmitir informações ao exército ou de não pagarem os impostos que lhes são impostos para realizarem atividades económicas e agrícolas.
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