"Estamos muito longe da meta: o período 2016-2020 foi o mais quente já registado e a descida no nível de emissões vinculadas a episódios de confinamento, no contexto de uma crise pandémica (Covid-19), é temporária e não será suficiente para cumprir a meta", referiu a diplomata.
O apelo da diplomata foi feito através de um comunicado divulgado em Caracas, subscrito também pelos representantes diplomáticos e embaixadores de França, Portugal, Polónia, Itália, Países Baixos, Grécia, Alemanha e Espanha em Caracas.
"O objetivo do Acordo de Paris é reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global a 2°C ou mesmo 1,5°C até o final do século, em comparação com os tempos pré-industriais", explica.
O documento sublinha que "de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ao ritmo atual de emissões de gases de efeito de estufa, o aquecimento (global) atingirá 4°C até o final do século".
Para "permanecer dentro dos limites de sustentabilidade, definidos no Acordo de Paris, as emissões precisarão ser reduzidas em 7,6% ao ano entre 2020 e 2030", explica, precisando que aquele acordo "foi o culminar de mais de vinte anos de discussões sobre o clima no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, adotada em 1992 no Rio".
O acordo também "estabelece um objetivo coletivo ambicioso, necessário à preservação dos ecossistemas planetários e das condições de vida das populações".
"Em dezembro de 2020, celebramos o que muitas vezes tem sido chamado de 'espírito de Paris', a mobilização excecional da comunidade internacional que levou à adoção do primeiro acordo climático universal. Todos olhamos para o futuro. E o futuro está em fortalecer os compromissos das partes do acordo, para que seus objetivos sejam alcançados", explica.
"O futuro está também na cooperação com atores não estatais", sublinha o comunicado que associa recentes incêndios nos EUA e os furações na América Central, ao reflexo de que entrámos "na era das consequências" do aquecimento global.
Segundo o documento a "Europa é líder contra o câmbio climático" e que o Conselho Europeu concordou em aumentar a redução das emissões de gases de 40% para 55% até 2030.
Por outro lado, "entre os muitos desafios que a Venezuela enfrenta, a mudança climática representa um desafio de primeira ordem, que, ademais, contribui para aprofundar a grave crise humanitária que atravessa o país".
"A Venezuela, que também aderiu ao Acordo de Paris, é o lar de um ecossistema espetacular e único desde a Cordilheira dos Andes, com o Pico Bolívar coberto de neve, até à floresta amazónica e às costas das Caraíbas, desde Falcón para o Delta do Orinoco, e não está isenta de ser afetada por vários fenómenos associados às mudanças climáticas", afirma.