Rohani confiante que Biden retome compromissos sobre o acordo nuclear
O presidente iraniano, Hassan Rohani, manifestou hoje confiança no retomar dos compromissos dos EUA no acordo nuclear pelo Presidente eleito, Joe Biden, após o seu antecessor, Donald Trump, ter renunciado a este protocolo.
© Lusa
Mundo Irão/EUA
"Não tenho dúvidas de que a perseverança do povo iraniano nos últimos três anos forçará a nova administração americana a ceder e a retomar os compromissos", declarou Rohani em declarações à televisão nacional. "E então as sanções serão levantadas", acrescentou.
As relações entre Washington e Teerão permanecem muito tensas desde a Revolução islâmica de 1979 e agravaram-se após a chegada de Trump à Casa Branca.
Em maio de 2018, Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo sobre o programa nuclear iraniano concluído em 2015 com as grandes potências e reimpôs pesadas sanções contra Teerão.
O Presidente eleito Joe Biden manifestou a intenção de retomar a vertente diplomática com o Irão, mas o guia supremo iraniano, 'ayatollah' Ali Khamenei, já advertiu por diversas vezes sobre as esperanças de uma abertura com o Ocidente.
Na quarta-feira, Khamenei afirmou que "as inimizades" dos Estados Unidos face ao Irão não vão terminar com a partida do presidente cessante Donald Trump, que deixará a Casa Branca em 20 de janeiro.
"Não confiem no inimigo, é o meu conselho", acrescentou o 'ayatollah', reiterando a sua posição de que o Irão deve esforçar-se para "anular" os efeitos das sanções impostas pela administração Trump.
Na mesma linha, o Presidente Rohani afirmou hoje que é necessário não perder mais tempo.
"Devemos agir para anular os efeitos das sanções... como disse o guia supremo. O Governo deve fazer tudo ao seu alcance para quebrar as sanções", acrescentou.
Os parceiros do acordo nuclear iraniano -- o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), assinado entre Teerão e os EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e ainda Alemanha -- encontraram-se na quarta-feira numa conferência virtual para tentar reduzir as tensões, enquanto se aguarda a posse da nova administração dos EUA.
Nesta reunião, o vice-ministro para os Assuntos Políticos iraniano, Abbas Araghchi, indicou que o Irão não pagará sozinho os custos da implementação do acordo nuclear e que os restantes signatários também devem pagar para manter o tratado.
Araghchi considerou que as partes europeias "sempre pretenderam que o Irão atuasse de forma contida contra todo o comportamento ilegal ou hostil, fossem as sanções norte-americanas, a sabotagem no centro de pesquisa de Natanz, ou o assassínio dos seus cientistas nucleares", informou a agência oficial iraniana IRNA.
"O Irão não pode assumir todos os custos da implementação do acordo nuclear e o comportamento ilegal dos demais, os outros também devem pagar os custos para manter o acordo nuclear", defendeu Araghchi durante a reunião da Comissão Conjunta do JCPOA.
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