Subiu para 34 o número de vítimas de ataque do Boko Haram no Níger
As autoridades nigerinas atualizaram hoje para 34 o número de vítimas mortais do ataque do fim de semana passado, na região de Diffa, no sudeste do Níger, reivindicado na segunda-feira pelo grupo extremista por Boko Haram.
© Reuters
Mundo Boko Haram
"Houve exatamente 34 mortes até agora, incluindo sete mulheres e duas crianças. É ainda um número provisório de mortos", disse Boukar Mani Orthe, o presidente da câmara de Toumour, aldeia da região de Diffa, perto da Nigéria, onde aconteceu o ataque.
De acordo com a Comissão Nacional para os Direitos Humanos (NHRC) do Níger, até 17 de dezembro, foram registadas 34 pessoas mortas em consequência deste ataque, incluindo dez por tiros, quatro por afogamento e 20 por fogo.
"Há ainda cerca de 100 feridos", acrescentou, numa declaração, este organismo.
O balanço anterior de mortes feito pelas autoridades era de 28.
O Níger cumpriu três dias de luto nacional, entre 15 e 17 de dezembro, pelas vítimas deste ataque, classificado como localmente como de "barbaridade inaudita".
O ataque ocorreu poucas horas antes da abertura das urnas para as eleições municipais e regionais de 13 de dezembro, e duas semanas antes das eleições presidenciais de 27 de dezembro.
Cerca de 1.300 casas foram queimadas durante o ataque e 35.000 pessoas estão "numa situação de emergência humanitária acampadas nas margens do Komadougou", um rio que serve de fronteira natural com a Nigéria e que, segundo o CNDH, tem vindo a provocar inundações históricas desde novembro.
Os atacantes queimaram 61 veículos e destruíram 14 furos para água potável, bem como duas torres de água que abasteciam os habitantes.
Também destruíram 80 moinhos de cereais e queimaram 40 cavalos vivos, de acordo com o CNDH.
O grupo nigeriano Boko Haram reivindicou a responsabilidade pelo ataque: "Isto é para vos avisar que à medida que as festividades dos infiéis se aproximam, não haverá paz", disse um "jihadista" com a cara tapada por um turbante num vídeo divulgado no domingo à noite.
Toumour acolhe 60.000 deslocados internos e refugiados da Nigéria.
Segundo a ONU, em toda a região de Diffa vivem 300.000 refugiados nigerianos e deslocados internos, que fugiram dos abusos dos grupos "jihadistas" desde 2015.
Diffa, a capital regional de 200.000 habitantes na fronteira com a Nigéria, foi atacada quatro vezes em maio.
A segurança deteriorou-se fortemente no norte da Nigéria, com a violência a alastrar aos países vizinhos, desde a eleição do Presidente Buhari, em 2015, que anunciou a luta contra o Boko Haram como prioridade do mandato.
A violência 'jihadista' já causou 36.000 mortos na Nigéria e mais de dois milhões de deslocados.
Os ataques espalharam-se pelo Chade, Camarões e Níger, países vizinhos na bacia do Lago Chade.
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