Nova variante do vírus acelera propagação da doença na África do Sul

As autoridades da Saúde sul-africanas anunciaram que uma nova variante do novo coronavírus está a impulsionar o ressurgimento de novos casos de covid-19 no país, que regista cerca de um milhão de infeções.

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Lusa
21/12/2020 15:10 ‧ 21/12/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

De acordo com as autoridades da saúde e uma equipa de cientistas sul-africanos da Universidade do KwaZulu-natal, litoral do país, que lideram a estratégia de contenção do vírus, a nova variante, conhecida como 501.V2, é dominante entre as novas infeções confirmadas na atual vaga de covid-19 na África do Sul.

A nova variante, semelhante à britânica, foi detetada nos últimos meses pela primeira vez no Cabo Oriental, a segunda província do país mais afetada depois de Gauteng (256.595 casos) com 174.664 casos de infeção e 5.493 óbitos reportados por covid-19, tendo se propagado a outras províncias do país.

A nova variante do novo coronavírus parece ser mais infecciosa que o vírus original, estando os cientistas sul-africanos a estudar a eficácia das vacinas da covid-19 nestes casos, segundo o Governo.

"É uma variante e tem algumas alterações genéticas. Representa uma evolução viral", destacou hoje aos jornalistas o professor Ian Sanne, do comité consultivo ministerial Covid-19 da África do Sul.

O especialista sul-africano em doenças infecciosas observou que a nova variante sul-africana do vírus é diferente da encontrada no Reino Unido.

"A variante não é igual à variante do Reino Unido. Existem dois vírus diferentes, mas são variantes diferentes da mesma estirpe de coronavírus", explicou o investigador, salientando que "é mais transmissível e tem uma carga viral mais alta, mas não se sabe se é mais perigosa".

Por seu lado, o professor Salim Abdool Karim, que preside ao comité consultivo do Governo, adiantou que os dados preliminares sugerem que a nova variante do vírus é dominante na nova vaga que se está a propagar mais rapidamente do que a primeira na África do Sul, que eclodiu em março.

Uma equipa de cientistas do Centro de Inovação e Pesquisa da Universidade do KwaZulu-Natal (KRISP, na sigla em inglês), liderada pelo professor Túlio de Oliveira, detetou a nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 que atinge pacientes mais jovens, ao sequenciar centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia em março.

A África do Sul manteve as infeções de covid-19 sob controlo desde agosto, apesar de ser o país com o maior número de casos em África, e o quinto país mais atingido pela pandemia no mundo.

A recente propagação rápida do número de novos casos de infeção da doença, acontece particularmente nas províncias do litoral do país: Cabo Ocidental, onde fica a Cidade do Cabo, Cabo Oriental e KwaZulu-Natal, assim como em Gauteng, província envolvente às cidades de Joanesburgo, a capital económica do país, e Pretória, a capital sul-africana.

Diversos países, incluindo a Alemanha, Israel e Arábia Saudita, anunciaram a suspensão de voos para a África do Sul com receio da nova variante do coronavírus.

A África do Sul, com 6,1 milhões de testes de covid-19 realizados, regista 921.922 casos de infeção e 24.691 mortos por covid-19, segundo as autoridades da saúde sul-africanas.

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