Navalny: Berlim considera injustificadas novas sanções de Moscovo
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha considera "injustificadas" as novas sanções decretadas por Moscovo de retaliação pela posição dos países ocidentais no caso do suposto envenenamento do opositor russo Alexey Navalny.
© Reuters
Mundo Envenenamento
"Apesar de contramedidas deste tipo já terem existido no passado, elas são, do ponto de vista do governo (alemão), injustificadas", referiu fonte diplomática de Berlim.
A Rússia anunciou hoje novas sanções contra responsáveis europeus, em represália contra as medidas adotadas em outubro pela União Europeia após as informações sobre o suposto envenenamento do oposicionista russo Alexey Navalny.
Criticando as sanções europeias que visam desde outubro vários altos responsáveis russos, a diplomacia de Moscovo indicou que "vai alargar a lista de representantes dos países membros da União Europeia que vão ser impedidos de entrar no território da Federação Russa".
As autoridades não identificaram a lista de visados pelas sanções.
Segundo a fonte diplomática alemã, o alegado envenenamento de Navalny "não é uma questão bilateral, mas uma questão de dimensão internacional porque é um atentado ao direito internacional, realizado com recurso a uma substância química neurotóxica".
Berlim continua a exigir que a Rússia esclareça "o recurso a um agente neurotóxico de tipo militar contra um cidadão russo em território russo", afirmou a mesma fonte, acrescentando que até hoje Niscivi bão se manifestou disponível para fazê-lo.
Hoje, responsáveis franceses, alemães e suecos na Rússia foram chamados ao Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, que criticou abertamente os três países pelas posições sobre o presumível caso de envenenamento de Navalny.
De acordo com a agência Ria Novosti, o embaixador de França e representantes das embaixadas da Alemanha e da Suécia foram chamados ao ministério.
Os três países afirmaram terem identificado uma substância nervosa do tipo Novitchok no corpo do dirigente da oposição russa, facto que impulsionou a aplicação de sanções do bloco europeu contra Moscovo.
Navalny sentiu-se mal e desmaiou a 20 de agosto durante um voo doméstico na Rússia e foi transportado dois dias depois em coma para a Alemanha para ser tratado.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas demonstraram que fora exposto a um agente neurológico Novichok da era soviética.
As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento.
Entretanto, o Kremlin acusou hoje Alexei Navalny de sofrer de "delírios de perseguição", após a publicação de um texto em que o oposicionista russo voltou a acusar os serviços de segurança de Moscovo de envenenamento.
"Permito-me a expressar uma opinião pessoal: [Navalny] sofre manifestamente de uma doença, de um delírio de perseguição e (...) apresenta sintomas de megalomania", disse, em conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Navalny, ativista anticorrupção e membro da oposição ao regime russo, disse que "enganou, pelo telefone, um agente dos serviços de informações e segurança da Rússia (FSB) para o fazer admitir que tinha sido vítima de envenenamento na Sibéria".
No portal que mantém na internet, Navalny publicou o registo de uma conversa com Konstantin Koudriavtsev, apresentado pelo opositor russo como especialista em armas químicas a trabalhar para o FSB.
Navalny não apresenta provas da identidade do interlocutor.
De imediato, o FSB afirmou que se trata de uma "falsificação" e de uma "provocação".
Para Dmitri Peskov, a publicação "não pode descredibilizar" os serviços de informações e segurança.
"O FSB desempenha uma função muito importante: protege-nos contra o terrorismo (...) e funciona bem e forma eficaz", acrescentou Peskov.
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