Bobi Wine novamente impedido de fazer campanha pela polícia

A polícia ugandesa disse hoje que impediu Bobi Wine, principal opositor declarado do Presidente Yoweri Museveni nas eleições presidenciais de janeiro, de reunir os seus apoiantes, citando os regulamentos de saúde relacionados com a covid-19, mas negou tê-lo detido.

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Lusa
30/12/2020 18:26 ‧ 30/12/2020 por Lusa

Mundo

Uganda

"Por favor, ignorem as falsas alegações" de que Robert Kyagulanyi - cujo nome de artista é Bobi Wine - "foi detido enquanto fazia campanha" na zona do Lago Vitória, disse a polícia ugandesa num comunicado.

Contudo, a polícia diz que o popular cantor está "atualmente a ser transferido para sua casa" em Kampala, a cerca de 100 quilómetros de distância, depois de ter sido "impedido de continuar a realizar comícios de massas num cenário de ameaças crescentes do coronavírus e em total desrespeito pelas diretrizes sanitárias".

Vários membros da sua equipa foram detidos após terem sido filmados a "esvaziar os pneus dos veículos da polícia, incitando à violência, bloqueando agentes da polícia em serviço, violando protocolos de saúde e cometendo várias infrações de trânsito", de acordo com as autoridades.

A comitiva de Museveni está a mostrar sinais de nervosismo em relação a Bobi Wine e a campanha eleitoral está a ter lugar num clima de violência e repressão.

Wine foi já detido várias vezes e uma enésima detenção em meados de novembro desencadeou violentos confrontos entre os seus apoiantes e a polícia, deixando pelo menos 54 pessoas mortas, segundo o lado de Museveni.

Antes do incidente de hoje, Wine tinha sido libertado após dois dias sob custódia policial e acusado de "atos suscetíveis de propagar uma doença infecciosa" e violações das "regras da Covid-19".

Os apoiantes de Bobi Wine denunciam que o Presidente Museveni pode, sob o pretexto de viajar oficialmente, fazer campanha em frente de grandes multidões sem reação policial.

O advogado de Wine, Nicholas Opiyo, um respeitado defensor dos direitos humanos e figura da sociedade civil, foi libertado quinta-feira sob fiança, uma semana depois de ter sido preso e acusado de lavagem de dinheiro, uma acusação amplamente descrita como "política".

Leia Também: Barco virou-se num lago e pelo menos 26 pessoas morreram no Uganda

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