"Por favor, ignorem as falsas alegações" de que Robert Kyagulanyi - cujo nome de artista é Bobi Wine - "foi detido enquanto fazia campanha" na zona do Lago Vitória, disse a polícia ugandesa num comunicado.
Contudo, a polícia diz que o popular cantor está "atualmente a ser transferido para sua casa" em Kampala, a cerca de 100 quilómetros de distância, depois de ter sido "impedido de continuar a realizar comícios de massas num cenário de ameaças crescentes do coronavírus e em total desrespeito pelas diretrizes sanitárias".
Vários membros da sua equipa foram detidos após terem sido filmados a "esvaziar os pneus dos veículos da polícia, incitando à violência, bloqueando agentes da polícia em serviço, violando protocolos de saúde e cometendo várias infrações de trânsito", de acordo com as autoridades.
A comitiva de Museveni está a mostrar sinais de nervosismo em relação a Bobi Wine e a campanha eleitoral está a ter lugar num clima de violência e repressão.
Wine foi já detido várias vezes e uma enésima detenção em meados de novembro desencadeou violentos confrontos entre os seus apoiantes e a polícia, deixando pelo menos 54 pessoas mortas, segundo o lado de Museveni.
Antes do incidente de hoje, Wine tinha sido libertado após dois dias sob custódia policial e acusado de "atos suscetíveis de propagar uma doença infecciosa" e violações das "regras da Covid-19".
Os apoiantes de Bobi Wine denunciam que o Presidente Museveni pode, sob o pretexto de viajar oficialmente, fazer campanha em frente de grandes multidões sem reação policial.
O advogado de Wine, Nicholas Opiyo, um respeitado defensor dos direitos humanos e figura da sociedade civil, foi libertado quinta-feira sob fiança, uma semana depois de ter sido preso e acusado de lavagem de dinheiro, uma acusação amplamente descrita como "política".
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