França deverá anunciar redução de presença militar no Sahel em fevereiro
A França vai "muito provavelmente" reduzir os efetivos da sua força anti-'jihadista' Barkhane na região do Sahel, uma vez que já conseguiu "sucessos militares significativos" em 2020, afirmou a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly.
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Mundo Sahel
"Teremos, muito provavelmente, de ajustar este dispositivo: um reforço por definição, é temporário", disse Florence Parly, numa entrevista ao jornal Le Parisien que será publicada na segunda-feira.
A França reforçou, no ano passado, a força Barkhane com 600 soldados, passando o dispositivo para 5.100 homens.
A decisão será tomada na próxima cimeira conjunta da França e dos países do G5 do Sahel, agendada para fevereiro em N'djamena, acrescentou Florence Parly.
Em 2020, a força Barkhane registou "sucessos militares significativos, 'neutralizando' vários altos responsáveis de grupos terroristas e atacando as suas cadeias de abastecimento", sublinhou a ministra das Forças Armadas.
Entre os responsáveis terroristas abatidos pela força Barkhane conta-se o líder da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, o argelino Abdelmalek Droukdal, morto no norte do Mali em junho, e o "líder militar" do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à Al-Qaeda, Bah Ag Moussa, em novembro passado.
No Mali, três soldados franceses foram mortos na segunda-feira durante um ataque com um explosivo artesanal, reivindicado pelo GSIM, e dois outros no sábado, em circunstâncias semelhantes.
"Sim, as condições de segurança no Sahel continuam difíceis. Os terroristas usam a arma dos cobardes", acusou Florence Parly, afirmando que esses artefactos artesanais são acionados "sem critério" à passagem de veículos civis ou militares.
O Sahel é uma faixa de território entre o deserto do Saara e o Sudão, que inclui diversos Estados e onde se regista o maior aumento do terrorismo 'jihadista', apesar da presença militar francesa e da ajuda financeira da União Europeia.
"Se os 'jihadistas' adotam estes métodos perniciosos de guerrilha, é porque se recusam a lutar, cientes de que não teriam qualquer hipótese se tivessem que enfrentar os soldados de Barkhane num combate regular", considerou a ministra.
A responsável francesa voltou a descartar qualquer negociação "com grupos terroristas como a Al-Qaeda ou o Daesh [nome dado em inglês ao grupo que se autoproclama Estado Islâmico], que assassinam indiscriminadamente e têm sangue nas mãos".
Mas a porta está aberta para "aqueles que depuserem as armas e que forem movidos por uma ideologia radical e criminosa", concluiu.
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