Três jovens ativistas argelinos em greve de fome hospitalizados
Três jovens prisioneiros argelinos em greve de fome para exigir o seu julgamento foram hoje transferidos para um hospital de Argel na sequência da degradação do seu estado de saúde, indicou o Comité nacional para a libertação dos detidos (CNLD).
© Reuters
Mundo Argel
Mohamed Tadjadit, Noureddine Khimoud e Abdelhak Ben Rahmani, que estavam detidos na prisão argelina de El Harrach, iniciaram uma greve de fome há dez dias em protesto contra o prolongamento da sua detenção provisória.
Hoje foram transferidos para um hospital da capital, indicou o CNLD, que apoia os prisioneiros de opinião na Argélia, na sua página Facebook.
Os três homens, indiciados pelo mesmo caso e militantes do movimento de protesto popular 'Hirak', foram conduzidos para o hospital Mustapha Pacha de Argel, precisou um dos seus advogados, Meriem Kaci, citado pela agência noticiosa AFP.
Mohamed Tadjadit e Noureddine Khimoud estão detidos desde o final de agosto, na sequência da sua participação numa concentração antirregime organizada no Casbah de Argel.
Mohamed Tadjadit, designado o "poeta do Hirak" pelos seus versos declamados durante as manifestações ou partilhados no Facebook, é uma figura conhecida deste movimento de protesto que se iniciou em fevereiro de 2019.
Condenado no final desse mesmo ano por "atentado ao interesse nacional", cumpriu uma curta pena de prisão antes de beneficiar em 02 de janeiro de 2020 de um regime de liberdade condicional, em simultâneo com outros 75 detidos.
Abdelhak Ben Rahmani foi por sua vez detido no início de outubro, e o seu pedido de liberdade condicional foi rejeitado em novembro.
Os detidos estão confrontados com dez acusações, incluindo atentado à unidade nacional, incitamento a manifestação não armada, ofensa ao Presidente da República ou difusão de falsas informações, indicou o CNLD.
As atas acusatórias baseiam-se designadamente nas suas mensagens e vídeos divulgados nas redes sociais.
Mais de 90 pessoas estão atualmente detidas na Argélia por alegado envolvimento nos protestos do 'Hirak'. Segundo o CNLD, as acusações relacionam-se em 90% dos casos com publicações críticas face às autoridades e divulgadas nas redes sociais.
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