O número de casos confirmados de Covid-19 em Wuhan, cidade chinesa na qual o novo coronavírus foi identificado pela primeira vez, pode sido o triplo dos dados oficiais.
A conclusão foi apresentada num estudo chinês, citado pela Reuters, publicado, ontem, no jornal científico 'PLOS Neglected Tropical Diseases', no qual foram analisadas mais de 60 mil amostras de sangue, obtidas entre março e maio do ano passado, de cidadãos dados como saudáveis de várias regiões da China.
A investigação concluiu que, 1,68% das pessoas residentes em Wuhan apresentavam anticorpos para o SARS-CoV-2, em comparação com 0,58% com cidadãos da região de Hubei e 0,38% do resto do país.
Considerando que Wuhan tem uma população de mais de 10 milhões de pessoas, os cientistas estimam que cerca 168 mil residentes tenham sido infetados com o novo vírus. O número oficial de casos confirmados na cidade é de 50.340.
O estudo sugere ainda que pelo menos dois terços da população de Wuhan estiveram assintomáticos e que milhares de pessoas possam ter sido infetadas depois da "eliminação" de casos clínicos, o que aponta para a possibilidade de a Covid-19 existir na comunidade por longos períodos, sem provocar hospitalizações.
A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 53 casos de Covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 37 por contágio local e os restantes oriundos do exterior. A província de Hebei, que circunda Pequim, somou 33 casos locais nas últimas 24 horas, num surto que levou as autoridades a colocar parte da província sob quarentena.
A cidade de Shijiazhuang, capital de Hebei, iniciou na quarta-feira uma campanha maciça de testes de deteção da covid-19, que abrange os seus 11 milhões de habitantes.
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