O Brasil aplicou, este domingo, as primeiras doses da vacina contra a Covid-19, após a aprovação de duas vacinas pela entidade reguladora brasileira.
Vanusa Kaimbé, de 50 anos, é técnica de enfermagem e assistente social e foi a primeira indígena a ser vacinada contra o novo coronavírus. Após receber o fármaco, disse esperar que mais indígenas deixassem de lado a desconfiança e procurassem postos de vacinação.
Tal como os profissionais de saúde, os indígenas foram incluídos pelo governo de São Paulo no grupo prioritário da primeira fase da administração da Coronavac. Para Vanusa Kaimbé, a vacina significa "esperança de dias melhores também para os povos indígenas do país".
"A vacina veio para nos salvar e dar vida. Vacinar é um ato de amor, de esperança. Preservo os ensinamentos dos meus parentes, da minha ancestralidade... mas só a minha crença e a minha ancestralidade não são suficientes para combater este vírus. Por isso, digo ao meu povo e aos meus parentes: vacinem-se. A vacina é esperança de dias melhores também para as aldeias e povos indígenas do país”, disse, em declarações ao G1.
Kaimbé, que vive na aldeia Filhos da Terra, em Guarulhos, revelou que perdeu dois primos, com cerca de 50 anos, para a Covid-19. Na sua aldeia, sete pessoas, incluindo ela própria, contraíram a doença.
"Tive muita falta de ar e crises sérias. Fiquei com o psicológico afetado e muitas vezes chorei, a pensar que ia morrer em casa sozinha. Este doença não é brincadeira para nós, indígenas, nem para ninguém. Uma pessoa acha que está a recuperar, mas de repente voltam as febres e as dores no corpo", recordou.
“Este vírus é um inimigo feroz, que destrói vidas em questão de segundos e o único combate eficaz é a vacina", acrescentou.
Vanusa Kaimbé foi a quarta pessoa, de um total de 112, a receber a vacina da Coronavac, no Brasil, este domingo.
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