ONU falha declaração conjunta sobre confrontos em Darfur
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se hoje para discutir os recentes confrontos mortais em Darfur, sem ter chegado a um acordo sobre uma declaração conjunta ou uma possível mudança de posição, disseram diplomatas à agência AFP.
© Reuters
Mundo Conselho de Segurança
A reunião de emergência, realizada à porta fechada, foi solicitada pelos europeus e pelos Estados Unidos após os confrontos inter-étnicos no início desta semana, que fizeram mais de 200 mortos, em três dias, nesta região do oeste do Sudão.
Os europeus, os Estados Unidos e o México propuseram que fosse adotada uma declaração com o objetivo de instar o governo sudanês a acelerar a aplicação do seu plano de proteção às populações.
Mas os membros africanos do Conselho de Segurança, bem como a Índia, Rússia e a China, defenderam que se deveria respeitar a soberania do Sudão, salientaram as mesmas fontes.
"Este é um conflito intercomunitário" e há sempre "vestígios (de confrontos) num país em situação de pós-conflito", disse um diplomata que não quis ser identificado e que pertence ao grupo de membros do Conselho que recuou a proposta de uma declaração conjunta.
Trata-se de "um país em situação difícil e devemos ajudá-lo, em vez de lhe dar lições", acrescentou.
Durante a reunião, a maioria dos membros do Conselho, segundo outro diplomata, condenou a violência, sendo que alguns enfatizaram que cabe ao governo preencher a período de "vazio" causado pela paragem em 31 de dezembro da UNAMID, a missão conjunta de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Africana.
Ao longo de seis meses, a retirada de cerca de 8.000 elementos desta missão "não se alterou", lembrou o diplomata, que também pediu anonimato. "Voltar prejudicaria a construção da confiança das pessoas no governo", acrescentou.
Se a calma precária parece ter regressado a Darfur com o envio de tropas sudanesas, o medo de mais violência persiste nesta região do Sudão devastada por anos de conflito.
Após o fim desta missão, a ONU planeou permanecer no Sudão através de uma missão política com sede em Cartum, destinada a apoiar a transição no Sudão.
O conflito em Darfur, em que morreram cerca de 300.000 pessoas e em que mais de 2,5 milhões ficaram sem abrigo, eclodiu em 2003 entre as forças do regime do ex-presidente Omar al-Bashir, deposto em abril de 2019 sob pressão dos manifestantes na rua e pelos membros das minorias étnicas que se consideram marginalizadas.
Leia Também: Confrontos entre tribos no Darfur do Sul resultam em pelo menos 47 mortos
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com