David Hogg reage a vídeo do confronto com atual congressista
O ativista e sobrevivente do tiroteio de Parkland afirma que ensinaram-lhe que "é melhor não responder a rufias". Lamenta que tenham de ser os sobreviventes de violência com armas de fogo a terem de "tomar uma posição" para pôr termo a isto.
© Reuters
Mundo Marjorie Taylor Greene
Após ter sido novamente publicado nas redes sociais um vídeo que mostra Marjorie Taylor Greene a perseguir e confrontar um dos sobreviventes do tiroteio na escola de Parkland, na Flórida, recorrendo a alegações infundadas, a agora congressista, republicana e apoiante do movimento de teorias de conspiração QAnon, emitiu um comunicado a reagir.
David Hogg, o sobrevivente de Parkland e ativista que foi alvo das provocações de Greene no vídeo que já se tornou viral, também já falou com a CNN sobre esse momento que ocorreu em março de 2019, numa altura em que Marjorie Taylor Greene ainda não tinha sido eleita para o Congresso norte-americano.
“Lembro-me de pensar que tinha de manter uma cara séria e praticar a minha abertura de espírito, como tanta vezes fiz através da meditação para lidar com o stress pós-traumático. Ajudou muito naquele momento, porque vê-se no vídeo que ela está a tentar fazer-me reagir. Fez-me perguntas intrigantes, disse o nome do atirador da minha escola. Mas como me ensinaram, é melhor não responder a rufias e afastar-me”, referiu Hogg.
Durante o minuto em que Marjorie Taylor Greene confrontou e provocou Hogg, a agora congressista disse que tinha uma arma e licença e Hogg admite que se sentiu ameaçado.
“Absolutamente, mas se dispararem contra mim provam o que eu digo. A verdade é que não conseguem matar o movimento”, assinalou, numa referência ao movimento March For Our Lives, que cofundou, juntamente com outros sobreviventes do tiroteio de Parkland. O movimento defende um maior controlo das armas de fogo nos Estados Unidos.
Entre as insinuações sem qualquer substância que Greene fez no vídeo, destaca-se uma em que sugere que David Hogg e os outros ativistas do movimento recebiam dinheiro de George Soros, um filantropo multimilionário, para lutarem pelos direitos de controlo de armas.
“Não há quantia de dinheiro que alguma vez nos poderiam pagar para fazermos isto. Nenhum de nós gostava de estar a fazer isto, mas infelizmente temos de fazê-lo, porque legisladores eleitos e corrompidos como a Marjorie Taylor Greene que estão no Congresso preferem proteger as armas em vez das crianças. É uma realidade horrível”, lamentou.
“É ridículo serem os sobreviventes de violência com armas de fogo a terem de tomar uma posição relativamente à violência com armas de fogo e tentar acabar com isto. Para que é que temos políticos eleitos, se é esse o caso? Porque é que não conseguem fazer o seu trabalho?”, questionou durante a entrevista que deu à CNN.
"Can I just point out how ridiculous it is that it's on the survivors of gun violence to stand up to gun violence and be the ones to try end to it? Why do we have elected officials if that's the case? Why can't they do their jobs?" Parkland shooting survivor David Hogg says. pic.twitter.com/Vw1LAouO32
— CNN (@CNN) January 28, 2021
David Hogg fez ainda menção a uma das afirmações de Marjorie Taylor Greene quando o confrontou.
“Ela diz que é uma cidadã americana, quase como se estivesse a sugerir que eu não sou tão americano como ela, ou que nenhum de nós é, simplesmente porque não queremos que morram mais amigos nossos. É revoltante”, ressalvou o ativista.
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