Ex-seguidor QAnon desculpa-se a jornalista. "Acreditava que comias bebés"
Anderson Cooper, famoso pivô da CNN que é alvo das teorias da conspiração do movimento QAnon, entrevistou um dos seus ex-seguidores, que pediu desculpa ao jornalista por acreditar que este comia bebés.
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Mundo Qanon
Um antigo seguidor do movimento conspiracionista QAnon pediu desculpa a Anderson Cooper, numa reportagem especial da CNN, por ter pensado que o jornalista da estação televisiva comia bebés.
Num excerto da reportagem já publicado, Jitarth Jadeja diz ao jornalista que acreditava "a 100%" na surreal possibilidade de canibalismo, que era amplamente difundida entre os seguidos do movimento.
"Tu acreditavas, na altura, que democratas importantes e celebridades são adoradores de Satanás e bebem o sangue de crianças?", perguntou Anderson Cooper, cujo nome figurava numa lista de líderes políticos democratas e celebridades com a mesma inclinação partidária (ou que simplesmente criticassem Donald Trump ou o Partido Republicano) que acusavam dos mais fantasiosos crimes.
"Anderson, eu pensei que o fazias. E queria pedir-te desculpa por isso, agora mesmo. Portanto, peço desculpa por acreditar que comias bebés. Mas sim, acreditava, a 100%", disse Jadeja, que abandonou o movimento em 2019, depois de se informar sobre as acusações que faziam.
O jornalista volta a questionar se Jadeja "realmente" acreditava que ele "bebia o sangue de crianças". "Sim, acreditava", respondeu o homem, indicando que alguns seguidores até acreditam que Anderson é um robot. "A dada altura, acreditei que o QAnon era mesmo parte dos serviços de informação militares, que era o que ele dizia. Mas, mais do que isso, acreditava que as pessoas por trás daquilo eram, na verdade, um grupo de extraterrestres", acrescentou.
"Eu fui tão engolido pelo buraco negro da conspiração que, essencialmente, escolhia a narrativa em que queria acreditar", disse, ainda.
A QAnon, sublinhe-se, é uma teoria da conspiração da extrema-direita centrada na crença infundada de que Donald Trump está a fazer uma campanha secreta contra os inimigos de um alegado "Estado profundo" ("Deep State") e contra um círculo de tráfico sexual infantil dirigido por pedófilos e canibais satânicos - onde incluem líderes políticos e celebridades.
Por mais de dois anos, os seguidores debruçaram-se sobre um conjunto emaranhado de pistas publicadas 'online' por um alegado alto funcionário do Governo norte-americano conhecido apenas como "Q". A teoria da conspiração surgiu pela primeira vez num canto obscuro na internet, mas infiltrou-se na arena política dominante.
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