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Caravanas e cartazes pedem libertação de Alex Saab detido em Cabo Verde

Com caravanas de veículos e cartazes afixados em diversas zonas de Caracas os venezuelanos continuam a apelar à libertação do empresário colombiano Alex Saab, detido desde junho de 2020 pelas autoridades de Cabo Verde a pedido dos EUA.

Caravanas e cartazes pedem libertação de Alex Saab detido em Cabo Verde
Notícias ao Minuto

17:54 - 01/02/21 por Filipe Gouveia

Mundo Venezuela

Os apelos dos venezuelanos fazem eco dos insistentes pedidos de libertação feito pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro e reforçaram-se no domingo quando, segundo a imprensa local, 2.000 motociclistas, 500 viaturas particulares e dezenas de autocarros, fizeram uma caravana de leste a oeste de Caracas, deste Petare (leste) a Cátia (oeste).

"Nós, os trabalhadores do transporte levantamos a voz e pedimos a liberação de Alex Saab", explicou o vice-presidente da Fundação Nacional de Transporte Urbano (Fontur) aos jornalistas.

Eloy Subarán sublinhou que os trabalhadores venezuelanos "exigem que os Estados Unidos cessem as agressões, o bloqueio e as sanções ilegais com que buscam subjugar o nosso povo".

"Temos direito a viver em soberania e em paz", frisou.

Por outro lado o apresentador de televisão, Mário Silva, afirmou que, "em retaliação pelo cumprimento da ordem de transferência de Alex Saab para prisão domiciliária, o Governo cabo-verdiano mantém-no em completo isolamento".

Segundo Mário Silva, as autoridades de Cabo Verde "não permitem internet, telefone ou qualquer coisa por escrito" na comunicação com o empresário colombiano. Por isso, questiona: "de que tem medo o Governo de Cabo Verde"?

Entretanto, em várias zonas de Caracas, entre elas na Avenida Libertador, uma das principais da capital, foram colocados cartazes a criticar a "detenção ilegal".

"Liberdade para o diplomata Alex Saab, sequestrado pelo Governo de Cabo Verde", pode ler-se nos cartazes, numa mensagem escrita em letras vermelhas e pretas.

Elaborados com fundo branco, os cartazes contêm ainda, à esquerda, uma foto a preto e branco do empresário colombiano.

Alex Saab, de 49 anos, foi detido em 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas, durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA), quando regressava de uma viagem ao Irão em representação da Venezuela.

O Tribunal da Relação do Barlavento já decidiu por duas vezes -- a última das quais este mês, ambas com recurso da defesa -- pela extradição de Alex Saab para os EUA, num processo que está a colocar Cabo Verde no centro da disputa entre os governos norte-americano e venezuelano.

Saab esteve em prisão preventiva desde junho de 2020, na cadeia do Sal, e em finais de janeiro último passou a prisão domiciliária, por decisão do tribunal, após esgotar o prazo legal para essa detenção, apesar de constantes apelos de Caracas pedindo a sua detenção.

Para vigiar Alex Saab, segundo a defesa do empresário, a Polícia Nacional de Cabo Verde avançou com um "aparato" policial de proximidade, com dezenas de agentes e viaturas que controlam todos os acessos, além de polícias no interior da residência.

Além disso, segundo o advogado José Pinto Monteiro, que coordena a defesa de Alex Saab em Cabo Verde - cuja equipa internacional é liderada pelo antigo juiz espanhol Baltasar Garzón -, "Quando ele estava preso podia escrever, podia telefonar à família. E neste momento não tem nada disso. As comunicações foram retiradas da casa, portanto é uma prisão pior do que a que estava".

Os EUA pedem a extradição de Alex Saab a quem acusam de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.

Em entrevista por escrito à Lusa, a partir da cadeia, em 08 de janeiro, o colombiano afirmou que é "inocente" das acusações dos EUA, classificando como "ridículo" que seja apontado como testa-de-ferro de Nicolás Maduro.

"Posso dizer categoricamente: sim, sou inocente", afirmou Alex Saab.

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