Myanmar. EUA determinam que é golpe de Estado e avançarão com sanções
Departamento de Estado norte-americano indicou, esta terça-feira, que irão ser tomadas "ações contra os responsáveis" por aquilo que consideram ser "um golpe de Estado".
© STR/AFP via Getty Images
Mundo Myanmar
Os Estados Unidos consideram que a tomada de poder pelo Exército birmanês em Myanmar constitui um golpe de Estado, o que implicará uma revisão dos regulamentos sancionatórios referentes ao país, segundo anunciou esta terça-feira o Departamento de Estado norte-americano, citado pela AP.
"Após uma análise cuidadosa dos factos e circunstâncias, chegamos à conclusão de que Aung San Suu Kyi, a líder do partido governante em Myanmar, e Win Myint, o Presidente do Governo eleito, foram depostos num golpe", disse um oficial do Departamento de Estado norte-americano.
"Agiremos contra os responsáveis, incluindo através da revisão cuidadosa do nosso atual quadro de sanções, relativamente aos líderes militares de Myanmar e às empresas a eles associadas", acrescentou a tutela.
A caracterização da detenção dos líderes políticos como golpe de Estado espoletou o congelamento imediato de alguma ajuda pública norte-americanos ao país, estando pendente a revisão de outros programas de assistência.
A administração Biden, no entanto, garantiu que o povo birmanês continuará a ser apoiado e que os esforços para implementar uma democracia no país continuarão a ser levados a cabo.
Recorde-se que Aung San Suu Kyi, líder do partido em governação em Myanmar, o Liga Nacional para a Democracia, foi detida pelo Exército, juntamente com o presidente do país, Win Myint, e outros líderes políticos, num raide levado a cabo na madrugada de segunda-feira (domingo à noite em Lisboa).
Estas detenções aconteceram numa altura de muita tensão entre o governo civil e o Exército, falando-se na possibilidade de um golpe de Estado e de um retorno a uma possível ditadura militar.
O partido Liga Nacional para a Democracia, liderado pela vencedora do Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, garantiu em novembro do ano passado a maioria absoluta nas eleições de de Myanmar (antiga Birmânia), mas o Exército defendia que o sufrágio tinha sido fraudulento.
Recorde-se que Suu Kyi não pode tornar-se presidente do país porque a Constituição não o permite a quem tenha familiares com passaporte estrangeiro, mas criou o cargo de conselheira de Estado para poder liderar de facto o país.
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