Um apicultor que está a tentar transportar 15 milhões de abelhas para o Reino Unido indicou à imprensa que as autoridades lhe disseram que estas podem ser apreendidas à entrada do país por causa das novas leis pós-Brexit.
Patrick Murfet, apicultor há duas décadas, está a tentar importar as abelhas de Itália para o seu negócio de apicultura em Kent, no Reino Unido, e para ajudar os agricultores com a polinização dos seus cultivos.
Porém, as regulamentações impostas com o Brexit, após a saída do mercado único, baniram a importação de abelhas. Desde o final do período de transição que apenas é permitida a importação de abelhas-rainha, impedindo a importação de colónias.
Numa tentativa de contornar a situação, Murfet está a tentar com que a importação aconteça pela Irlanda do Norte, em abril, uma possibilidade que é uma zona cinzenta no quadro de novas regulamentações. Porém, foi informado de que, se o fizer, as abelhas poderão ser destruídas.
"É uma situação tremendamente estúpida para um país que é suposto prosperar sozinho e exportar para o resto do mundo", indicou Murfet. "Pouco me importa o que eles acham que eu devia dizer. Neste momento, as regras são claras, se as abelhas entrarem pela Irlanda do Norte, a entrada é legal. Se a lei pretendia significar algo diferente, não a deviam ter escrito na legislação", acrescentou.
O britânico explicou, ainda, que as suas questões sobre a proibição de importação pela Irlanda do Norte não obtiveram clarificação, sendo apenas informado o seguinte, através de e-mail: "As importações ilegais serão devolvidas ou destruídas, e serão aplicadas ações judiciais contra o importador".
De acordo com o Guardian, a autoridade do ambiente (Defra) está ao corrente da situação e a trabalhar com o apicultor para encontrar uma solução.
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