Von der Leyen lamenta "profundamente" erro relativo à Irlanda do Norte
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje "lamentar profundamente" o erro da instituição aquando do lançamento do mecanismo de controlo de exportação de vacinas, que previa restrições nas entregas à Irlanda do Norte.
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Mundo Pandemia
"Quanto ao mecanismo de exportação, gostaria de falar na Irlanda do Norte. O resultado final é que foram cometidos erros no processo que conduziu à decisão e eu lamento profundamente que assim tenha sido, mas conseguimos corrigir", declarou a líder do executivo comunitário na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Numa comunicação sobre a estratégia da UE de vacinação contra a covid-19 após várias polémicas com as farmacêuticas, Ursula von der Leyen abordou o erro inicial previsto no mecanismo de autorização de exportação de vacinas e assegurou que fará "todos os esforços para manter a paz" na Irlanda do Norte.
"Tal como [a Comissão Europeia] tem feito ao longo de todo o processo do 'Brexit'", acrescentou.
As críticas a Ursula von der Leyen têm subido de tom nas últimas semanas, face ao lento processo de vacinação contra a covid-19 na UE e ao incumprimento, pelas farmacêuticas, dos contratos assinados com Bruxelas, e agravaram-se depois do grave "lapso" por ocasião do lançamento do mecanismo de controlo de exportação de vacinas relativo à Irlanda do Norte.
Ao fazê-lo, a Comissão desencadeou uma cláusula que revogava o protocolo previsto no acordo do 'Brexit' destinado a evitar o regresso de uma fronteira e controlos aduaneiros entre a Irlanda, um membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte, suscitando a indignação de Londres, Dublin e Belfast, mas também de muitos responsáveis comunitários.
O erro foi imediatamente corrigido, mas, desde então, Ursula von der Leyen ainda não o tinha explicado publicamente, limitando-se apenas a dar entrevistas a órgãos de comunicação por si escolhidos.
O debate de hoje no Parlamento Europeu decorre numa altura de tensão entre Bruxelas e as farmacêuticas, que não deverão entregar as doses acordadas com a Comissão Europeia para estes primeiros meses de 2021 por não terem capacidade de produção suficiente para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição.
Por isso, a Comissão Europeia estabeleceu, no final de janeiro, um mecanismo de autorização de exportação de vacinas para a covid-19, com o objetivo de garantir a transparência do processo e as doses suficiente para os cidadãos da UE.
"Instámos os Estados-membros a planearem o seu lançamento de vacinas e, por isso, sabemos que todos nós precisamos de previsibilidade", vincou Ursula von der Leyen.
A líder do executivo comunitário apontou que o mecanismo de transparência e autorização de exportação visa, então, passar uma "mensagem muito clara".
"Não pretendemos restringir as empresas que estão a honrar os seus contratos com a União Europeia e existe uma isenção automática para as exportações para os países do Espaço Económico Europeu, para os Balcãs Ocidentais e para o resto da nossa vizinhança, para as necessidades humanitárias e para os 92 países de baixo e médio rendimento abrangidos pela COVAX [Acesso Global a Vacinas contra a Covid-19]", elencou.
Assim, "a Europa está sempre pronta a ajudar, mas insistimos na nossa quota-parte justa", concluiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção.
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