MNE russo diz que o Ocidente quer uma Rússia obediente
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou hoje que o Ocidente quer uma Rússia obediente, que aceite a sua interpretação dos valores humanos universais.
© Reuters
Mundo Serguei Lavrov
"Qualquer tentativa da Rússia de ser independente, defender o seu direito a uma política externa independente, de defender o direito internacional, encontra cada vez mais uma resistência feroz daqueles colegas ocidentais que querem tornar-nos obedientes, querem que aceitemos a sua muito duvidosa interpretação dos valores universais que professam", disse Lavrov, ao assinalar o Dia do Diplomata russo.
O Ocidente quer que a Rússia seja "um território cómodo para promover os seus próprios interesses", disse o chefe da diplomacia, ao depositar flores nas placas comemorativas dos diplomatas mortos em serviço.
Segundo Lavrov, estas tentativas do Ocidente são cada dia "mais e mais violentas".
"O nosso conhecimento, a nossa experiência, baseada na sabedoria dos nossos predecessores, deve ser empregue ativamente, persistentemente para fazer avançar o percurso definido pelo Presidente (Vladimir) Putin" para a política externa, disse.
O ministro felicitou os diplomatas russos, que disse permanecerem "na primeira linha dos esforços para proteger os interesses nacionais" e contribuírem para "garantir a paz internacional e resolver questões regionais e globais urgentes".
As declarações de Lavrov surgem um dia após o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, anunciar a intenção de propor aos líderes europeus a adoção de sanções à Rússia, no Conselho Europeu de 25 e 26 de março.
A imposição de sanções é uma das conclusões que Borrell retirou da deslocação da semana passada a Moscovo, referindo que ficou "muito preocupado" com as "escolhas geoestratégicas" que as autoridades russas estão a tomar, e as "implicações" que estas podem ter para a UE e para a sociedade do país.
"Estamos perante uma encruzilhada nas nossas relações com a Rússia e as escolhas que fizermos irão determinar as dinâmicas internacionais de poder deste século e, particularmente, se iremos avançar para um modelo mais cooperativo ou mais polarizado, baseado em sociedades fechadas ou em sociedades livres", apontou.
Entre o que retirou do encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, Borrell frisou a ideia de que a Rússia "está a trilhar um caminho autoritário preocupante".
Josep Borrell deslocou-se à Rússia entre 04 e 06 de fevereiro, uma visita que ficou marcada pela expulsão de diplomatas da Alemanha, Rússia e Polónia por Moscovo.
Numa nota publicada no domingo no blogue do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Borrell qualificou a visita de "muito complicada", marcada por uma "conferência de imprensa agressivamente encenada" e pela indicação de que "as autoridades russas não querem aproveitar" a oportunidade para "ter um diálogo construtivo com a UE".
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