Num comunicado, a organização disse que enquanto antes da pandemia havia cerca de 7.700 trabalhadores do sexo, atualmente estima-se que o número tenha aumentado para 15.200 apenas na capital mexicana, devido às difíceis condições económicas resultantes da crise de saúde.
A associação explicou que deste aumento, 40% são mulheres que deixaram o trabalho sexual, mas que tiveram de regressar às ruas, outros 40% são mulheres que começaram devido à crise e os restantes 20% representam aquelas que não estão num ponto específico, ou seja, que andam nas vias públicas à procura de clientes.
Arlen Palestina Pandal, representante legal da associação, disse que estas mulheres são continuamente esquecidas, violadas e estigmatizadas e que têm maiores possibilidades de contágio, não têm apoio governamental ou espaços para trabalhar como hotéis, salientando que desde o início da pandemia não houve uma resposta clara ou honesta do Governo mexicano para este grupo de trabalhadores.
Elena Reynaga, secretária executiva da Rede de Mulheres Trabalhadoras Sexuais da América Latina e Caraíbas (RedTraSex) disse que este é um problema regional derivado do facto de nenhum Governo ter definido uma política para as trabalhadoras sexuais face à covid-19, recordando que isto levou as mulheres a trabalhar ainda mais clandestinamente. A pandemia "tornou mais urgente" reconhecer o trabalho sexual para evitar mecanismos de chantagem e exploração laboral, adiantou.
No México, um estudo do Conselho Nacional para a Prevenção e Controlo da SIDA revelou que 70% das trabalhadoras do sexo não têm parceiro, mas 78% têm filhos, pelo que é essencial encontrar mecanismos para as apoiar.
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