"Temos que derrotar o coronavírus, devemos acelerar a recuperação económica, implementar reformas económicas e criar empregos sustentáveis, e por último devemos combater a corrupção e reforçar a capacidade do Estado", declarou Ramaphosa.
O chefe de Estado, que falava no dia em que, há 31 anos, o ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, foi oficialmente libertado da prisão, sublinhou no seu discurso anual à nação, no parlamento, Cidade do Cabo, que "os sul-africanos resistiram durante três séculos à opressão, à expropriação e à injustiça", e vão também ultrapassar a pandemia do novo coronavírus, a crise económica e a corrupção generalizada no país.
A África do Sul, o país mais afetado do continente com cerca de 47 mil mortes e 1,5 milhões de infeções de covid-19, recebeu no início deste mês um milhão de doses da vacina britânica AstraZeneca/Oxford, que adquiriu ao Instituto Serum da Índia.
Todavia, após a publicação dos primeiros resultados de um estudo científico britânico e sul-africano, que questionava a eficácia do fármaco contra a variante 501YV.2 encontrada na África do Sul, o Governo sul-africano suspendeu a vacina britânica para iniciar o programa de vacinação com as vacinas da norte-americana Johnson & Johnson.
Nesse sentido, Ramaphosa disse no parlamento que "o primeiro lote de 80.000 doses da Johnson & Johnson que se mostrou eficaz contra a variante encontrada na África do Sul chegará ao país na próxima semana", para a primeira fase da vacinação de funcionários da saúde.
O chefe de Estado sul-africano disse que o Governo "conseguiu nove milhões de doses" da vacina do laboratório norte-americano, acrescentando que o país vai receber um total de meio milhão nas próximas quatro semanas, salientou.
Ramaphosa disse que a África do Sul terá ainda mais 12 milhões de doses adicionais através da iniciativa Covax da Organização Mundial de Saúde, além de 20 milhões de doses do laboratório Pfizer, já adquiridas.
"Vamos vencer este desafio", assegurou Cyril Ramaphosa, num discurso em que abordou longamente a situação económica do país agravada pela pandemia da covid-19.
Ramaphosa frisou que o país "deve ultrapassar a pobreza, a fome e a desigualdade social", sublinhando que "menos 1,7 milhão de pessoas foram empregadas no terceiro trimestre comparativamente ao primeiro".
"Podemos superar a pandemia e as dificuldades, porque somos uma nação que nunca desiste", concluiu Ramaphosa, instando os sul-africanos a "marcharem pela igualdade e crescimento económico do país".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.355.410 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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