O jovem britânico está impedido de entrar em Portugal, para onde tinha previsto viajar para passar o Ano Novo, porque o Governo só deixa entrar nacionais portugueses ou estrangeiros residentes em Portugal.
As medidas, impostas em meados de dezembro para conter a entrada de casos da variante B117, detetada no sul de Inglaterra, foram agravadas pelo atual confinamento em Inglaterra, que proíbe viagens ao estrangeiro que não sejam essenciais.
"Temos de esperar. Devem abrir [as fronteiras] novamente, não podem fechar para sempre", lamentou Ester Simões, em conversa com a Agência Lusa.
Ironicamente, a relação que agora é mantida graças a videochamadas e mensagens de telemóvel, começou à distância, através de uma aplicação de encontros, em abril do ano passado, em pleno confinamento no início da pandemia.
"Nunca tínhamos usado, mas naquela altura era impossível conhecer pessoas de forma espontânea num evento ou num bar", contou à Lusa a portuguesa, que vivia então nos arredores de Londres.
"Começámos a falar por telefone e a relação desenvolveu-se até que decidimos encontrar-nos. Infringimos as regras, mas vivíamos sozinhos, portanto não estávamos em contacto nem expostos a mais ninguém", revelou.
Primeiro limitado a passeios ao ar livre, o namoro beneficiou do alívio do confinamento durante o verão e "normalizou-se", com visitas a bares e restaurantes e até sessões de cinema.
Entretanto, aproveitando o regime de teletrabalho numa empresa de tecnologia, Simões decidiu mudar-se da capital britânica para o Porto e o namorado, jogador profissional de póquer, aceitou segui-la.
Porém, o ressurgimento da pandemia no final do ano impediu o reencontro e a relação continua em distanciamento social e pela Internet, uma situação que é difícil para o casal.
"Para mim não é normal, não gosto. Passo muito tempo a trabalhar no computador e preferia que as relações pessoais não fossem pelo telemóvel. Continua a ser muito duro, mas uma pessoa tem de se adaptar nesta fase porque não há alternativa senão esperar", suspirou.