"A imagem [de Portugal] não era assim tão má como isso, foi mais combater estereótipos. Mas não foi tão longe como poderia ter ido porque a comunidade portuguesa não está estruturada. E outras comunidades ganham muito mais visibilidade do que nós", disse Hermano SanchesRuivo, vereador da Câmara de Paris com a pasta da Europa, em entrevista à agência Lusa.
O autarca considerou que Portugal é visto "como um país de confiança" e que o facto de cada vez mais franceses visitarem e conhecerem o país, o coloca "num outro nível" de interesse e conhecimento por parte dos gauleses.
Apesar das desvantagens da falta de organização da comunidade portuguesa em França, Sanches Ruivo relatou que durante a pandemia de covid-19, a solidariedade e mobilização têm estado a funcionar.
"O aspeto solidário funcionou e a crise teve um impacto positivo sobre a mobilização da comunidade", assegurou o português.
À frente da associação Activa, que agrupa as cidades francesas e portuguesas que mantêm laços de cooperação, o autarca quer organização nos próximos dias 23 e 24 de novembro, durante o salão que junta todos os eleitos locais de França em Paris, o primeiro encontro de cidades germinadas entre os dois países.
"Há várias cidades em França que procuram uma cidade portuguesa para cooperar. Como Reims, Arras, Blois ou Colmar", indicou Sanches Ruivo, reforçando que há atualmente 237 parcerias em vigor entre cidades portuguesas e francesas.
Outro momento importante para estas cidades acontecerá com a temporada cruzada entre França e Portugal que foi adiada para o início de 2022 e que, segundo Hermano Sanches Ruivo, se deve estender para além das capitais.
"Estamos no início de algo e, primeiro é preciso limpar as geminações que estão inativas, mas se tivermos com a Temporada Cruzada projeção, faz com que alguns municípios em França façam coisas como semanas portuguesas regulares nessas cidades", concluiu.
Hermano Sanches Ruivo, que nasceu em 1966, em Alcains, distrito de Castelo Branco, é socialista e começou em julho do ano passado o segundo mandato no executivo de esquerda liderado por Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris.
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