Segundo aquela agência de informação, um avião com as vacinas desenvolvidas por uma empresa estatal chinesa aterrou esta manhã no aeroporto internacional de Budapeste, vindo de Pequim, mas a vacinação com a Sinopharm só começará depois da avaliação do Centro Nacional de Saúde Pública da Hungria.
No total, a Hungria espera receber cinco milhões de doses da Sinopharm durante os próximos quatro meses, o suficiente para tratar 2,5 milhões de pessoas, num país com quase 10 milhões de habitantes.
As autoridades húngaras foram as primeiras dos 27 países da UE a aprovar a Sinopharm para "utilização de emergência" em 20 de janeiro, depois de o Governo de Viktor Orban ter aprovado um decreto que permitiu a aceleração do processo de aprovação de vacinas da Hungria, permitindo que qualquer vacina administrada a pelo menos um milhão de pessoas em todo o mundo seja usada "sem passar por uma revisão pelo regulador de medicamentos do país".
O carregamento hoje recebido representa cerca de 40% de todas as doses de vacina covid-19 que a Hungria recebeu até agora, tornando a Sinopharm quase tão prevalecente na Hungria como a vacina Pfizer-BioNtech.
O Governo de Orban tem criticado o programa comum de compra de vacinas da UE, alegando que a "lenta implementação de vacinas" no bloco europeu está a custar vidas.
"Se as vacinas não vêm de Bruxelas, temos de as obter de outros locais. Não se pode permitir que os húngaros morram simplesmente porque Bruxelas é demasiado lenta na aquisição de vacinas", disse Orban em janeiro, citado pela AP.
A Hungria também concordou em comprar dois milhões de doses da vacina russa, a Sputnik V, que os hospitais em Budapeste já começaram a administrar.
O primeiro-ministro húngaro já tinha afirmado que escolheria pessoalmente ser inoculado com a Sinopharm, uma vez que é nesta que mais confia.
"Penso que os chineses conhecem este vírus há mais tempo e provavelmente conhecem-no melhor", disse.
A vacina Sinopharm, que o criador diz ser quase 80% eficaz, já está a ser utilizada na vizinha Sérvia, não pertencente à União Europeia, onde cerca de meio milhão de húngaros já receberam a vacina.
No entanto, a empresa estatal chinesa que desenvolveu aquela vacina ainda não divulgou dados sobre os resultados dos ensaios da fase 3 da vacina.
Sondagens recentes mostram que alguns húngaros estão relutantes em receber a Sinopharm, sendo que uma sondagem a 1.000 pessoas na capital Budapeste mostrou que entre os que estão dispostos a receber uma vacina apenas 27% tomariam uma vacina chinesa.
Em comparação, 43% aceitam pela vacina russa, mas 84% dos inquiridos preferem uma vacina desenvolvida nos países ocidentais.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.408.243 mortos no mundo, resultantes de mais de 109 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.