Republicano que votou contra Trump rejeitado pela família. "Repugnados"

Adam Kinzinger foi um dos republicanos que contrariou a disciplina de voto do partido Republicano, no sentido de condenar Donald Trump pelo incitamento à insurreição no dia 6 de janeiro.

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© Tom Williams/CQ-Roll Call, Inc via Getty Images

Anabela Sousa Dantas
16/02/2021 19:36 ‧ 16/02/2021 por Anabela Sousa Dantas

Mundo

Impeachment Trump

Depois do Senado dos Estados Unidos ter absolvido o ex-presidente, Donald Trump, de incitação à revolta no Capitólio, pondo fim ao processo de destituição, os republicanos que votaram para condená-lo foram alvo de todo o tipo de consequências, desde ameaças a apelos de censura nos seus estados de origem.

Um desses republicanos, porém, sofreu uma rejeição mais próxima: a da sua própria família. Adam Kinzinger, representante do estado do Illinois, recebeu uma carta escrita à mão, assinada por vários familiares, onde é duramente criticado pela sua decisão no Congresso.

"Estamos absolutamente repugnados contigo", escreveram-lhe os familiares, dizendo que este "envergonhou o nome da família", numa missiva publicada pelo New York Times e que pode consultar na íntegra aqui.

Notícias ao Minuto Imagem da segunda página, com as assinaturas truncadas© New York Times

"Ah, para além disso, vamos pedir que sejas destituído do cargo", acrescentaram, sublinhando que este se juntou "ao exército do diabo", referindo-se aos democratas e aos meios de comunicação social "fake news". Os familiares defendem acerrimamente o ex-líder republicano daquilo que descrevem como "acusações horríveis e grosseiras". "Abraçar um partido que acredita no aborto e no socialismo é o mais grave pecado", escrevem.

Kinzinger, um congressista já no seu sexto mandato, foi um dos 10 membros da Câmara dos Representantes que se juntaram aos democratas na decisão de destituir o antigo presidente, na sequência do motim levado no Capitólio, no dia 6 de janeiro, que culminou na morte de cinco pessoas.

Depois do voto, no fim de semana, o representante foi criticado pelos republicanos no seu distrito eleitoral e depois recebeu uma carta de um primo, que tinha sido assinada por vários membros da sua família, onde descreviam o seu ato como uma desilusão para com eles "e com Deus".

Kinzinger fez um comentário público sobre a carta, na segunda-feira, depois de uma onda de apoio, reconhecendo que a divisão política na sua família é o espelho de uma divisão profunda que afeta os americanos desde a eleição de Donald Trump.

"Estou bem, mas triste que alguém esteja disposto a trocar um homem pela sua família. E triste que isto esteja a acontecer a tantos", indicou.

Pouco mais de um mês depois da invasão do Capitólio, a votação foi de 57-43, abaixo dos dois terços necessários para o 'impeachment' no Senado. Dez republicanos votaram para que Trump fosse declarado culpado, o que representa o maior número de sempre de senadores do partido de um presidente alvo de destituição.

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