Sanchez condena toda a forma de violência a propósito de caso Pablo Hasél
O chefe do governo de Espanha, Pedro Sánchez, condenou hoje "todas as formas de violência", rompendo o silêncio que mantinha desde terça-feira, mas esta noite voltaram a registar-se confrontos, sempre motivados pela detenção de um 'rapper'.
© Getty Images
Mundo Espanha
As novas violências ocorreram no seguimento de manifestações em Barcelona e Gerona, na Catalunha, região de origem do 'rapper', Pablo Hasél, e onde a mobilização é mais forte.
"A democracia nunca justifica a violência", tinha dito Sanchez, durante uma breve declaração por ocasião de uma deslocação à Extremadura.
A oposição de direita tinha criticado Sánchez por não ter dito uma palavra até agora sobre as manifestações, que têm dado azo a confrontos diários em várias cidades de Espanha entre manifestantes e polícia, principalmente em Barcelona, Madrid e Valência.
Aos gritos de "Pablo Hasél, liberdade", os manifestantes lançaram hoje garrafas contra polícias, que rodeavam a sede da polícia nacional em Barcelona, antes de grupos de encapuçados atacarem montras de agências bancárias e estabelecimentos comerciais da cidade, alguns dos quais foram saqueados, segundo a polícia.
Três pessoas ficaram hoje feridas, um em Barcelona e duas em Gerona, também de acordo com fontes policiais.
No total, cerca de cem pessoas foram detidas desde terça-feira e numerosas outas feridas, entre as quais uma jovem, que ficou sem um olho, em Barcelona, suspeitando-se que devido a disparos policiais com balas de borracha.
O caso é tão mais delicado para Sánchez que as manifestações receberam o apoio público do Podemos, que é o parceiro dos socialistas na coligação governamental.
"Em uma democracia plena, e a Espanha é uma democracia plena e inteira, o recurso a uma forma qualquer de violência é inadmissível", acrescentou Sánchez.
Respondia assim ao líder do Podemos, Pablo Iglesias, que também é o segundo vice-presidente do governo, que tinha afirmado na semana passada que não existia em Espanha "uma situação de normalidade política e democrática plena".
Uma manifestação está marcada para sábado em Madrid, onde a anterior, na quarta-feira, deu lugar a situações classificadas como de "guerrilha urbana", pelo autarca da capital, José Luis Martínez Almeida.
Em alguns dias, Pablo Hasél tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois da sua condenação a nove meses por mensagens na rede social Twitter, nas quais insultava as forças da ordem espanholas e atacava a monarquia.
Na segunda-feira barricou-se na Universidade de Lérida, a sua cidade natal, na Catalunha, na companhia de um grupo e apoiantes, mas a polícia catalã foi lá na terça-feira de manhã para o conduzir à prisão para cumprir a pena. As manifestações começaram ao fim da tarde.
A condenação de Hasél a uma pena de prisão provocou uma vaga de protestos em Espanha, onde cerca de 200 artistas, incluindo o realizador Pedro Almodovar e o ator Javier Bardem, tomaram uma posição em seu favor.
A Amnistia Internacional considerou a cena "injusta e desproporcionada".
O caso de Hasél relembra o de outro 'rapper', Valtonyc, que fugiu para a Bélgica, em 2018, depois de ter sido condenado por motivos similares.
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