Rússia expressa preocupação sobre situação política e militar na Arménia
O Kremlin expressou hoje preocupação sobre a situação na Arménia, onde o Estado-Maior do Exército exigiu ao primeiro-ministro que abandone o cargo tendo Nikol Pachinyan acusado os militares de tentativa de golpe de Estado.
© Reuters
Mundo Dmitri Peskov
"Observamos com preocupação o desenvolvimento dos acontecimentos na Arménia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acrescentando que se trata de um assunto "interno" do país.
O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas da Arménia exigiu hoje a demissão de NikolPachinyan, cuja renúncia também é defendida pelo maior partido da oposição, desde que o país saiu derrotado da última guerra com o Azerbaijão devido aos territórios do Nagorno-Karabakh.
O chefe do Executivo considerou a exigência das altas patentes militares "tentativa de golpe de Estado".
O porta-voz da presidência russa disse que Moscovo é um "aliado importante e próximo do Cáucaso do Sul" mas que a Rússia "insta ambas as partes a manter a calma".
"Consideramos que a situação deve manter-se dentro do quadro constitucional", assinalou Peskov.
A posição dos militares arménios foi desencadeada depois da demissão do vice-chefe do Estado-Maior, pelo primeiro-ministro, no princípio do mês de fevereiro.
Pashinyanpediu de imediato o afastamento do oficial mais graduado tendo também criticado deficiências no armamento dos mísseis táticos Iskander, de fabrico russo, durante os confrontos do ano passado.
Sobre o armamento, Peskov disse que os Iskander já demonstraram eficácia em várias geografias.
"O equipamento russo já demonstrou repetidamente total eficácia em várias partes do mundo", afirmou Peskov e evitou mais comentários sobre as acusações do primeiro-ministro arménio sobre as armas vendidas pela Rússia.
Por outro lado, a Turquia, tradicional aliado do Azerbaijão, condenou "firmemente" a tentativa de "Putsch" na Arménia.
"Nós somos contra os golpes de Estado ou intentonas no mundo. Por isso, condenamos firmemente a tentativa de 'Putsch' na Arménia", disse o chefe da diplomacia turca, MevlutCavusoglu, numa conferência de imprensa conjunta em Budapeste com o homólogo húngaro.
Hoje de manhã, o principal partido da oposição da Arménia apelou diretamente ao primeiro-ministro para considerar a"última oportunidade" de uma saída do poder sem violência e "evitandouma guerra civil".
"Apelamos a NikolPachinyan a não conduzir o país para a guerra civil e ao derramamento de sangue. Pachinyantem uma última oportunidade de sair sem problemas", disse o Partido para aProsperidade da Arménia.
Trata-se da principalformação partidária da oposição do país que toma assim a mesma posição do Estado-Maior que pediu hoje a demissão do chefe do Executivo.
NikolPachinyanconsiderou que a situação é "tensa" mas passível de ser gerida tendo encabeçado, entretanto, uma marcha de apoiantes do governo na capital do país.
"A situação é tensa mas toda a gente concorda que os confrontos não devem ter lugar (...) a situação pode ser gerida", disse o primeiro-ministro num discurso proferido com a ajuda de um megafone durante uma concentração, hoje, em Erevan.
Os desenvolvimentos ocorrem depois de manifestações durante o último fim de semana em que foi exigida a demissão do chefe do Executivo.
Os protestos contra Pashinyancomeçaram em novembro de 2020 depois do acordo de cessar-fogo com o Azerbaijão em que a Arménia foi obrigada a ceder territórios na província do Nagorno-Karabakh.
O acordo pôs fim a seis semanas de guerra entre os separatistas do Nagorno-Karabakh em que morreram milhares de pessoas.
O contencioso entre a Arménia e o Azerbaijão sobre o território separatista prolonga-se desde o início dos anos 1990.
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