França pede ao Chade investigação "imparcial" a detenção de opositor
França pediu hoje às autoridades do Chade que conduzam "o mais rapidamente possível" uma investigação "imparcial" à morte de três pessoas durante a tentativa de deter um opositor político.
© Reuters
Mundo França
"Exortamos solenemente o Chade a realizar uma investigação independente e imparcial o mais rapidamente possível para esclarecer o que aconteceu", afirmou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional francesa.
Pelo menos três pessoas foram mortas no domingo numa tentativa de o Exército prender o opositor Yaya Dillo Djerou, candidato às eleições presidenciais de 11 de abril.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês assinalou que ainda que Yaya Dillo estivesse sob dois mandados de detenção, "isso não é razão para levar à perda de várias vidas humanas".
Na segunda-feira, o principal opositor no Chade, Saleh Kebzabo, anunciou que a retirada da sua candidatura presidencial, acusando o Presidente cessante, Idriss Déby Itno, favorito a um sexto mandato, de intimidar os seus rivais através do uso de força.
Saleh Kebzabo, quatro vezes candidato contra Idriss Déby Itno, anunciou a sua decisão na sequência da tentativa de detenção em N'Djamena de Yaya Dillo, que resultou na morte de pelo menos três pessoas em sua casa.
Condenando em comunicado "o ataque militar à casa de Yaya Dillo Djerou", o deputado da oposição denunciou "o clima de insegurança que certamente manchará a campanha eleitoral para os candidatos que vão enfrentar o do Movimento Patriótico de Salvação (MPS)", o partido de Déby, que governa o Chade com mão de ferro há mais de 30 anos.
Como resultado, o partido de Kebzabo, a União Nacional para a Democracia e Renovação (UNDR), "decidiu retirar-se pura e simplesmente do processo eleitoral para não servir de caução para a farsa que está a ser preparada em larga escala", conclui o comunicado.
A AFP assinala que desde há várias semanas que o Governo do Chade tem vindo a proibir e a reprimir de forma sistemática todas as manifestações da oposição e da sociedade civil, que apelam à "alternância e mais justiça social".
"Dissemos repetidamente às autoridades chadianas para garantirem a participação da oposição, bem como a liberdade de reunião e o acesso equilibrado aos órgãos de comunicação social", assegurou o ministro francês aos deputados.
Antigo líder rebelde, Yaya Dillo Djerou juntou-se a Déby em 2007, tornando-se seu ministro antes de ocupar vários cargos enquanto conselheiro do chefe de Estado.
Objeto de dois mandados de captura emitidos após uma queixa por difamação e insultos contra a primeira dama, Hinda Déby Itno, Dillo tinha criticado um acordo assinado entre esta e o Governo no contexto da luta contra a pandemia de covid-19.
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