"Tenho grande confiança na capacidade da Europa de fornecer vacinas mais rapidamente. Acho que até ao final do verão seremos capazes de vacinar todos os cidadãos europeus", disse Breton, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro do Desenvolvimento Económico de Itália, Giancarlo Giorgetti.
"Até ao final do ano, a Europa será capaz de produzir dois a três mil milhões de vacinas por ano. (...) A Europa é o continente líder na produção de vacinas, seguida dos Estados Unidos com dois mil milhões (...). Entre a UE e os Estados Unidos, podemos contar com cinco mil milhões de vacinas por ano, para serem distribuídas por todo o mundo", informou o comissário europeu do Mercado Interno.
As declarações foram feitas depois de o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, na noite de quarta-feira, ter pedido à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para acelerar a resposta europeia à pandemia, "especialmente no que diz respeito às vacinas".
Os atrasos na entrega de vacinas contra a covid-19, cuja compra foi agrupada e organizada a nível europeu pela Comissão, estão a ser alvo de críticas em muitos estados-membros da UE.
Thierry Breton avisou, contudo, que nenhum país da UE se deve considerar autónomo no processo de vacinação contra a covid-19.
"Nenhum país pode considerar-se autónomo quanto à campanha de vacinação. Os nossos países são interdependentes", explicou o comissário europeu.
A Hungria e a Eslováquia já afirmaram que vão utilizar a vacina russa Sputnik V, apesar da falta de aprovação pela Agência Europeia para o Medicamento, e a República Checa anunciou que espera obter doses deste produto da Rússia até final de março.
Breton assegurou que o compromisso de vacinar toda a população da UE até final do verão será conseguido com o recurso aos medicamentos já autorizados pela agência europeia, nomeadamente as das farmacêuticas Pfizer/Biontech, da AstraZeneca e da Moderna.
O comissário europeu esclareceu que a questão não está na origem das vacinas, mas na sua produção nas indústrias do continente europeu, dizendo acreditar que o ritmo de disponibilização de doses aumentará nos próximos meses.
O ministro italiano Giancarlo Giorgetti, presente na conferência de imprensa, salientou que o seu país está confiante na capacidade da Europa para produzir mais vacinas, mas salientou o esforço global que deve ser feito no combate à pandemia.
Na quarta-feira, Matteo Salvini, líder da formação de extrema-direita Liga, que integra o Governo italiano, encontrou-se com representantes do Governo de São Marino, que está a aplicar a vacina russa Sputnik V, bem como com a embaixadora da Índia em Itália, Neena Malhotra, para elaborar um plano de colaboração para a compra de vacinas provenientes das importantes fábricas indianas.
"Nova Deli ofereceu a sua colaboração a Itália, com apoio tecnológico e com o fornecimento de doses da vacina AstraZeneca produzidas na Índia", disse Salvini.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.560.789 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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