Um engenho explosivo deflagrou quinta-feira junto de um centro de despistagem de covid-19 em Bovenkarpsel, no norte dos Países Baixos, disse a polícia, acrescentando que não há vítimas a lamentar.
A explosão foi causada por um engenho caseiro, segundo a polícia, que está a investigar a situação e que suspeita que o centro de despistagem de covid-19 tenha sido o alvo do ataque.
"O centro de despistagem foi reaberto e a situação voltou ao normal", disse Harry Katstra, porta-voz do centro regional de saúde da região.
"As janelas estão a ser consertadas e esperamos que algumas centenas de pessoas sejam testadas ainda hoje", acrescentou a mesma fonte.
Um porta-voz da polícia holandesa disse que a investigação está em curso, mas nenhum suspeito foi identificado para já.
"Estamos a analisar imagens de câmaras de vigilância, bem como outras provas forenses para determinar que substâncias foram usadas na explosão", disse o porta-voz da polícia.
A explosão causou uma onda de choque nos Países Baixos, que vão a votos dentro de duas semanas para as eleições legislativas, naquela que será o primeiro grande teste político do Governo desde o início da crise sanitária no país, na primavera de 2020.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que os trabalhadores do centro de despistagem, que "trabalham muito para nos manter seguros" parecem ter sido o alvo do ataque, classificando-o de "escandaloso".
Não é a primeira vez neste ano que são registados incidentes contra centros de despistagem da pandemia nos Países Baixos.
No dia 23 de janeiro, e durante uma manifestação de protesto contra a declaração de recolher obrigatório, um centro de despistagem na província de Flevoland foi incendiado.
Poucos dias depois, a polícia encontrou material inflamável com engenhos incendiários colocado num outro centro de testes em Hilversum, no norte do país, mas o explosivo foi detonado a tempo.
Há também uma longa tradição antivacinação entre os protestantes conservadores do chamado "Cinturão da Bíblia" no centro da Holanda - que inclui a área da vila de pescadores de Urk, onde os primeiros distúrbios eclodiram no final de janeiro.
O Cinturão da Bíblia é uma zona do país que inclui várias cidades e onde vivem grupos de protestantes que seguem uma orientação literal da Bíblia, o que significa que não reconhecem conceitos científicos como a evolução.
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