"É uma emergência humanitária. As crianças vão morrer se não cuidarmos delas", alertouhoje Valérie Ceylon, diretora de operações da ACF para a África Austral, em comunicado.
Segundo a ONG, desde o início do ano no sul de Madagáscar mais de 4.000 crianças com menos de cinco anos receberam acompanhamento por desnutrição nos centros móveis da ACF, o dobro do registado no mesmo período do ano passado.
A situação, adiantou Ceylon, é "bem mais grave do que em anos anteriores", devido à seca, que afetou as colheitas da população, noterceiro ano consecutivo de pluviosidade abaixo da média, e ainda aos constrangimentos criados pela pandemia de covid-19.
As equipas da ACF têm testemunhado "práticas alimentares desesperadas" entre a população, incluindo pessoas a comer argila e mangas verdes, segundo a ONG, que apela a um reforço da ajuda internacional.
Em Janeiro, o Programa Alimentar Mundial apelou a uma ajuda de emergência de 35 milhões de dólares (29 milhões de euros) para combater a crise alimentar em Madagáscar.
As previsões para as colheitas de 2021 e 2022 são desfavoráveis, devido à persistente seca e também ao aumento de intensidade das tempestades tropicais, responsáveis pela destruição de plantações.
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