Papa já aterrou no Iraque para visita que considera ser "um dever"

Nem a pandemia da Covid-19, nem os últimos ataques com mísseis contra bases da coligação internacional, fizeram Francisco desistir da viagem.

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Notícias ao Minuto com Lusa
05/03/2021 11:25 ‧ 05/03/2021 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Papa Francisco

O Papa Francisco já aterrou no Iraque para uma visita que considera ser "um dever" e que é uma das viagens mais importantes (e arriscadas) do seu pontificado.

Apesar da polémica gerada em torno da viagem e dos vários avisos para não a realizar, por causa dos riscos no âmbito da pandemia de Covid-19 e dos últimos ataques com mísseis contra bases da coligação internacional, Francisco recusou adiar a visita ao país que recebe, pela primeira vez na história da humanidade, um Papa.

O avião aterrou no Aeroporto de Bagdad às 14h locais, 11h em Portugal Continental, tal como estava previsto.

À chegada ao aeroporto, o Papa foi recebido pelo primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al Kazemi, e por duas crianças em trajes tradicionais, que lhe ofereceram flores.

Depois das cerimónias protocolares no aeroporto, Francisco será recebido no Palácio Presidencial de Bagdad, para um encontro privado com o presidente Barham Salih.

Durante o voo, Francisco recebeu uma cópia da tabela de preços estabelecida pelo EI para meninas cristãs e yazidis sequestradas pelos jihadistas e colocadas à venda como escravas sexuais.

Perante isto, Francisco disse, aos 75 jornalistas que o acompanham nesta viagem, que esta visita era "um dever" e reiterou que o principal objetivo da mesma é estar perto da comunidade cristã do país, brutalmente perseguida por terroristas do Daesh.

Ainda dentro do avião, o Papa também recebeu uma cópia do livro 'Eu serei a última', da vencedora yazidi do Nobel, Nadia Murad, que conta a história do seu cativeiro quando foi usada como escrava sexual pelo Daesh, depois de a organização ter massacrado a sua família.

A brutal perseguição aos cristãos e às minorias levou Francisco a fazer a viagem, que já tinha sido adiada noutras ocasiões devido à instabilidade do país e que João Paulo II sempre quis fazer.

Nos três dias de visita, o Papa irá ao sul, a Ur dos caldeus, e ao norte, à planície de Nínive e a Mosul e Qaraqosh, onde os cristãos se concentravam antes de as cidades terem sido destruídas pelo EI e a população ter sido reduzida a metade, além de Erbil, capital do Curdistão, que deu brigo a quem fugia dos 'jihadistas'.

Entretanto, o Papa enviou, por telegrama, uma mensagem de saudação à população palestiniana, quando o seu avião sobrevoou o território, como costuma fazer quando entra no espaço aéreo de um país nas suas viagens de avião.

"Ao sobrevoar os territórios palestinianos durante o meu voo para o Iraque, estendo as minhas cordiais saudações a sua excelência (o Presidente, Mahmoud Abbas) e a todos os seus queridos cidadãos", disse Francisco no telegrama.

"Rezo para que o Altíssimo abençoe os palestinianos com a paz e o bem-estar", acrescentou.

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