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Covid-19: Brasil diz que Coronavac é eficaz contra três novas estirpes

A CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o brasileiro Instituto Butantan, é eficaz contra as três novas estirpes do coronavírus em circulação no Brasil, informou hoje o governo de São Paulo.

Covid-19: Brasil diz que Coronavac é eficaz contra três novas estirpes
Notícias ao Minuto

19:37 - 10/03/21 por Lusa

Mundo Pandemia

A informação foi avançada pelo governador de São Paulo, João Doria, referindo-se a uma investigação realizada por cientistas do Instituto Butantan e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Segundo Doria, o estudo comprovou que a vacina Coronavac possui eficácia contra as três novas variantes que circulam no Brasil: a detetada no Reino Unido (B.1.1.7), no Brasil (P.1), e na África do Sul (B.1.351).

"Essa é uma excecional notícia da ciência, mas também para a vida. A vacina do Butantan imuniza os vacinados contra as novas variantes da covid-19. Essa é mais uma comprovação da qualidade desta vacina, que hoje imuniza nove em cada 10 brasileiros em todo o país", declarou Doria, citado num comunicado do executivo estadual.

Os estudos preliminares incluíram amostras de 35 participantes vacinados na fase III.

"O estudo completo inclui um número maior de amostras, que se encontram sob análise. Os resultados completos serão divulgados posteriormente", salientou a nota.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição científica de referência no Brasil, avisou na semana passada para a "dispersão geográfica" de novas estirpes da covid-19 no país e para a alta prevalência no sul, sudeste e nordeste do país.

O comunicado da Fiocruz alertou para um "cenário preocupante", que alia o perfil potencialmente mais transmissível dessas novas estirpes à ausência de medidas que possam ajudar a conter a propagação e circulação do novo coronavírus.

Em seis dos oito estados brasileiros avaliados no estudo, mais de 50% das amostras recolhidas foram identificadas com a mutação associada às novas estirpes.

Porém, a nota técnica da Fiocruz destacou que "há indicações" de que a estirpe que predomina no Brasil é a P.1, "uma vez que as outras duas variantes não têm sido detetadas de forma expressiva em território brasileiro".

"A alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus SARS-CoV-2 tem levado ao surgimento de novas variantes, que podem ser potencialmente mais transmissíveis em todo o mundo. Foi este o cenário que favoreceu o surgimento da variante brasileira P.1, no Amazonas, já classificada como uma 'variante de preocupação'", explicou a instituição científica.

Segundo o próprio Ministério da Saúde, a variante detetada no Brasil é "três vezes mais contagiosa" do que a original.

Por isso, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, comemorou hoje o facto de ter "uma vacina eficaz na proteção contra as variantes que estão circulando no momento", graças à sua tecnologia de uso do vírus inativado.

"As vacinas compostas de vírus inativado, como a produzida pelo Instituto Butantan, possuem todas as partes do vírus. Isso pode gerar uma resposta imune mais abrangente em relação ao que ocorre com outras vacinas que utilizam somente uma parte da proteína Spike (proteína utilizada pelo coronavírus para infetar as células). A vacina inativada do Butantan consegue ter uma proteína Spike completa", explicou o Butantan em comunicado.

"Dessa forma, a Coronavac pode levar a uma proteção mais efetiva contra as variantes que apresentam mutação na proteína Spike, enquanto que as vacinas que têm fragmentos menores desta proteína têm menos chances de serem eficazes contra as novas variantes" acrescentou.

O Brasil, com 212 milhões de habitantes e que vacinou cerca de 4% da sua população, concentra 268.370 mortes e 11.122.429 casos de infeção, sendo um dos três países mais afetados pelo novo coronavírus em todo o mundo.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.611.162 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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