Jovens "terão futuro na Europa", diz vice-presidente da Comissão Europeia
O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas dirigiu-se hoje aos jovens europeus reunidos na Conferência de Juventude para repudiar "os profetas da desgraça" e assegurar-lhes que "terão futuro na Europa".
© Lusa
Mundo Margaritis Schinas
Na sessão de abertura da Conferência de Juventude da União Europeia (UE), que se realiza em Vila Nova de Gaia (em formato virtual) e está enquadrada na presidência portuguesa do Conselho da UE, Margaritis Schinas apelou: "Jovens europeus, não ouçam os profetas da desgraça (...), que vos dizem que serão a geração sacrificada" e que "terão de procurar um futuro melhor" fora da Europa.
"Eles estão errados e vamos prová-lo", garantiu, sublinhando que a UE precisa de jovens "mais do que nunca" e considerando que a conferência que hoje arrancou "é uma oportunidade para refletirem que tipo de Europa querem no futuro".
O vice-presidente da Comissão disse compreender que os jovens olhem para os governos nacionais e para a UE com "preocupação genuína e crescente sobre como será o mundo de amanhã" e, "muito concretamente, sobre as perspetivas de emprego e as oportunidade de carreira".
Mas, assegurou, "ninguém ficará para trás" na recuperação da UE após a pandemia de covid-19.
Esperando receber "ideias inovadoras" dos jovens europeus, que vão estar reunidos até segunda-feira, o comissário enumerou os "passos decisivos" para criar emprego, garantir a igualdade de oportunidades e fomentar a mobilidade e a educação.
"A juventude está no centro do projeto europeu. Este projeto pode não ser perfeito, mas tentamos melhorá-lo, continuamente, para as novas gerações de europeus", assegurou.
"Vocês dão força à democracia europeia e são os guardiões dos valores europeus", sublinhou.
Na mesma sessão de abertura, Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, considerou que "os jovens beneficiarão de forma evidente do mecanismo de recuperação e resiliência" e assumiu o compromisso de Portugal -- na presidência do Conselho da UE até 30 de junho -- de garantir o acesso aos direitos.
Esperando que os resultados da reunião de jovens possam "influenciar a Conferência sobre o Futuro da Europa", o ministro defendeu a passagem das políticas dirigidas aos jovens "de por eles decidir para com eles decidir".
Anfitrião da conferência, o Conselho Nacional da Juventude, através do seu presidente, João Pedro Videira, defendeu "uma democracia mais inclusiva, através do recurso às tecnologias digitais", que possa "encurtar o afastamento entre os decisores políticos e as novas gerações".
Enquadrada no trio de presidências do Conselho da UE (Alemanha, agora Portugal e a seguir Eslovénia), a Conferência de Juventude tem como tema a "Participação dos jovens nos processos políticos e de tomada de decisão a nível local, regional, nacional e europeu".
Paralelamente à conferência, vai realizar-se uma 'hackathon' -- maratona digital --, na qual se inscreveram "cerca de 120 jovens" dos 27 Estados-Membros da UE, para escolherem uma ferramenta que facilite e estimule a participação da juventude europeia.
Durante 48 horas, os participantes na maratona "Solve the gap" vão ter contacto com mentores e especialistas de várias entidades, entre os quais a comissária europeia com a pasta da Juventude, Mariya Gabriel, e o fundador da WebSummit, Paddy Cosgrave.
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