Justiça boliviana ordena detenção preventiva da ex-PR Jeanine Áñez

A justiça boliviana ordenou no domingo a detenção preventiva da ex-Presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez durante quatro meses numa prisão em La Paz.

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Lusa
15/03/2021 06:41 ‧ 15/03/2021 por Lusa

Mundo

Jeanine Áñez

 

Dois ex-ministros do seu Governo também foram detidos, indicaram as autoridades .

A juíza de investigação criminal Regina Santa Cruz ordenou que a ex-Presidente interina (2019-2020) fosse novamente detida no Centro de Orientação de Mulheres Obrajes.

Os antigos ministros interinos da Justiça Álvaro Coímbra, e da Energia Rodrigo Guzmán vão continuar detidos preventivamente na prisão de San Pedro durante o mesmo período de tempo.

A audiência preventiva contra os três começou com mais de duas horas de atraso devido a uma notificação que teve de ser feita ao acusado com o prolongamento da acusação devido ao risco de fuga.

A audiência, que durou mais de nove horas, foi realizada virtualmente.

"É um abuso completo, é tudo ilegal, é tudo ordens de cima, é tudo encenado", disse a mulhar de Rodrigo Guzmán, Dalia Lima, à agência noticiosa espanhola EFE.

"A partir daqui, apelo à Bolívia para que tenha fé e esperança. Um dia, entre todos nós, vamos construir uma Bolívia melhor", escreveu Jeanine Áñez na conta da rede social Twitter depois de saber da resolução da audiência.

Os três são acusados dos crimes de "sedição, terrorismo e conspiração" na crise de 2019.

O Ministério Público boliviano tinha pedido seis meses de prisão preventiva para Áñez e para os dois ex-ministros.

O inquérito aberto pela Procuradoria segue-se a uma queixa apresentada em dezembro pela antiga deputada do partido de Evo Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS) Lídia Patty.

A antiga parlamentar acusou Jeanine Ánez, antigos ministros, responsáveis militares e policiais de terem derrubado Morales em novembro de 2019 e apresentou queixa por sedição, terrorismo e conspiração.

Morales, que voltou à Bolívia após um exílio no México e na Argentina depois da vitória do delfim, Luís Arce, nas presidenciais de outubro de 2020, pediu no sábado que os responsáveis pelo "golpe de Estado" de novembro de 2019 sejam "investigados e punidos".

Após as presidenciais de outubro de 2019 na Bolívia e na confusão que rodeou os resultados que davam Morales como vencedor para um quarto mandato, a oposição alegou fraude e registaram-se incidentes violentos em todo o país. O escrutínio foi anulado.

Morales insistiu que não houve fraude, assinalando que tal é demonstrado pelos resultados das eleições presidenciais quase um ano depois, que deram a vitória a Luís Arce, apoiado pelo MAS.

 

Leia Também: Bolívia. Procuradoria pede seis meses de prisão para ex-Presidente Ánez

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