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Macau autoriza entrada de não-residentes que se desloquem à China

Macau vai permitir a partir de terça-feira a entrada de não-residentes no território, que não tenham residência no Interior da China, Hong Kong e Taiwan, após deslocações à China continental, de acordo com um despacho publicado hoje.

Macau autoriza entrada de não-residentes que se desloquem à China
Notícias ao Minuto

10:45 - 15/03/21 por Lusa

Mundo Covid-19

A medida aplica-se em primeira linha aos trabalhadores não-residentes na Região Administrativa Especial (RAEM) de Macau, os chamados "blue card", que podem assim regressar ao território, após deslocações ao interior da China.

Para isso, devem ser titulares de visto de deslocação "emitido pelo Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros [em Macau] da República Popular da China" e "regressar à RAEM dentro do período de validade do respetivo visto", pode ler-se no despacho n.º 43/2021, assinado pelo chefe do executivo, Ho Iat Seng.

Além disso, não podem "ter estado em locais fora do Interior da China ou da RAEM nos 21 dias anteriores à sua entrada" em Macau, precisa-se ainda.

"Este despacho aplica-se aos estrangeiros que se encontram atualmente em Macau e pretendem, através de visto, visitar o Interior da China e depois regressar a Macau", esclareceram hoje as autoridades do território, durante a conferência semanal sobre a situação da covid-19.

O regime especial tem como objetivo aumentar o "intercâmbio com Macau", apontou o médico Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação no território, precisando que as pessoas que cumpram os requisitos estabelecidos no despacho ficam dispensadas de quarentena.

"Os portadores de 'blue card', se satisfazem as exigências definidas [...], podem obter visto e deslocar-se ao Interior da China, e dentro da [sua] validade, regressar a Macau", esclareceu o responsável.

De acordo com os dados divulgados pelo médico, 65.609 pessoas fizeram a inscrição no programa voluntário de vacinação do território, que arrancou em 09 de fevereiro, incluindo 9.759 trabalhadores não residentes (TNR).

Até hoje, a vacina foi administrada a 29.833 pessoas, um número considerado baixo pelas autoridades de Macau, com uma população de 680 mil pessoas.

"Claro que iremos tentar o nosso máximo para aumentar o número de pessoas para administrar a vacina", disse o coordenador do plano de vacinação, prevendo a possibilidade de cooperar com associações e outras entidades "para fazerem a inscrição coletiva".

O médico adiantou ainda que as autoridades vão emitir um certificado de vacinação após a administração das duas doses, incluindo em língua portuguesa.

"Em Macau, após as duas doses, vamos emitir um cartão de vacinação em chinês, inglês e português", antecipou o médico, precisando no entanto que a validade do documento para poder viajar vai depender "das políticas implementadas" por cada país.

Macau, que mantém fortes restrições fronteiriças, não registou qualquer morte entre os 48 casos detetados desde o início da pandemia. As autoridades não identificaram também qualquer surto local.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Jornalistas alertam para risco de "autocensura" na imprensa de Macau

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