Um jovem morto em protesto contra massacre de 15 civis na RDCongo

Um jovem foi hoje morto e outro ferido pelas autoridades no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), quando protestavam contra o massacre de, pelo menos, 15 civis, na véspera, por supostos combatentes ugandeses de um movimento insurgente.

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Lusa
15/03/2021 12:12 ‧ 15/03/2021 por Lusa

Mundo

Congo

 

Os, pelo menos, 15 civis foram mortos na noite de domingo, alegadamente, por combatentes ugandeses do movimento das Forças Democráticas Aliadas (ADF), segundo fontes na região.

"Pelo menos 15 civis foram mortos ontem à noite em Bulongo [território Beni, no norte do Kivu, leste da RDCongo]. Suspeita-se das ADF", indicou o Barómetro de Segurança do Kivu (KST) na rede social Twitter.

"Houve uma incursão da ADF por volta da meia-noite, já foram encontrados 12 corpos (...) alguns foram decapitados, outros estripados", confirmou, em declarações à agência France-Presse (AFP), Kasali bin Kapepela, presidente da sociedade civil local.

De acordo com uma "avaliação provisória", pelo menos quatro mulheres encontram-se entre as vítimas.

"O ataque teve lugar por volta das 02 da manhã [01:00 GMT] no distrito de Mutilipi em Bulongo (...) A brigada de intervenção está no local", disse à AFP uma fonte da missão da ONU na RDCongo (Monusco).

Já hoje, um jovem foi morto por uma bala da polícia durante uma manifestação de jovens que denunciava o massacre.

"A polícia interveio para dispersar os manifestantes". "Infelizmente, um jovem foi morto por uma bala perdida e outro ficou gravemente ferido", disse à AFP Jean-Paul Muhindo Katembo, um funcionário administrativo local.

A ADF é um movimento rebelde muçulmano constituído inicialmente por ugandeses, que se encontram no leste da RDCongo desde 1995. Há anos que não ataca o Uganda, de onde é proveniente, vivendo do tráfico na região de Beni.

Estes rebeldes vêm a cometer massacres sobre civis indefesos desde outubro de 2014 na região em torno de Beni e arredores.

Desde abril de 2019, o grupo radical islâmico do Estado Islâmico (EI) tem reivindicado a responsabilidade por alguns dos ataques da ADF.

Dispersada por operações militares que começaram no final de outubro de 2019, a ADF opera agora em pequenos grupos móveis, de acordo com um relatório recente de especialistas das Nações Unidas.

Na semana passada, os Estados Unidos integrou a ADF no conjunto de "grupos terroristas" filiados no EI.

Pelo menos 1.219 civis foram mortos em ataques atribuídos à ADF desde 2017 em território Beni, de acordo com especialistas do Barómetro de Segurança do Kivu. Estes números fazem do movimento o grupo armado mais mortífero entre os 122 ainda ativos no leste da RDCongo.

Leia Também: Angola. Historiador do MPLA alerta para risco de rotura no partido

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