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"Nem todos os homens agridem". Vídeo viral desconstrói conceito polémico

Especialista de Harvard publicou um vídeo nas redes sociais que se tornou viral na sequência da morte da britânica Sarah Everard, que fez ressurgir a discussão da violência sobre as mulheres.

"Nem todos os homens agridem". Vídeo viral desconstrói conceito polémico
Notícias ao Minuto

16:55 - 16/03/21 por Notícias ao Minuto

Mundo NotAllMen

A morte da britânica Sarah Everard, raptada quando ia a caminho de casa, na semana passada, relançou a discussão da violência sobre as mulheres, tendo-se sucedido desde então várias vigílias e protestos no Reino Unido, também para chamar a atenção para um problema que é sistémico e que não conhece fronteiras.

No contexto desta discussão, tornou-se viral um vídeo feito há cerca de um mês, na rede social Tik Tok, por endereçar uma questão que se tornou numa tendência no Twitter - "Not All Men" ("Nem todos os homens"), ou seja, a contestação de estatísticas e de argumentos sobre violência machista.

Evelyn Koh, a autora do vídeo, tem dois mestrados sobre violência de género feitos em Harvard, e desconstruiu o conceito de forma sucinta, conseguindo milhões de visualizações naquela plataforma (e fora dela). Koh explica que utilizar este tipo de contra-argumento não ajuda ninguém, assentando na separação de "homens maus" de "homens bons" apenas em função do ego individual.

@herspective

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"Em primeiro lugar, isto é um comportamento de chamada de atenção masculino. 'Oh, eu sei que há por aí homens que são abusivos, mas eu não sou um deles. Eu sou um dos bons'. Isso é uma ilusão total. Num sistema patriarcal, toda a gente tem sexismo e misoginia internalizados, assim como formas opressivas de tratar as mulheres. É por isso que todos precisamos de desaprender formas patriarcais de comportamento", disse.

"Em segundo lugar, é a necessidade de controlar a voz da mulher. Reparem como se faz o policiamento do tom das mulheres com muito mais afinco do que se mostra repúdio àqueles homens que estão a abusar, assediar ou violar mulheres. E que dão ao resto dos homens má publicidade", acrescentou.

"Em terceiro lugar, é o complexo de superioridade masculino. Está relacionado com o comportamento de chamada de atenção. 'Oh, eu percebo que há homens horríveis por aí, que abusam, violam, assediam e oprimem, mas eu não sou um deles. Se dependeres de mim para te proteger da violência masculina, ficas bem'. Isto incute nas mulheres medo de independência. Que a verdadeira solução para a violência masculina é um outro homem. Isso não é verdade", terminou.

Leia Também: "Na transição para o digital há um risco específico para as mulheres"

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