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Bloco anti-Netanyahu próximo de maioria parlamentar em Israel

O primeiro-ministro cessante de Israel, Benjamin Netanyahu, venceu as eleições legislativas de terça-feira, mas, segundo as últimas sondagens, é o bloco da oposição que está mais perto de formar uma maioria parlamentar.

Bloco anti-Netanyahu próximo de maioria parlamentar em Israel
Notícias ao Minuto

06:06 - 24/03/21 por Lusa

Mundo Sondagens

A atualização da sondagem pós-eleitoral do Canal 13 dá um total de 53 lugares no parlamento ao partido Likud, de Netanyahu, e formações que o apoiam, o que seria insuficiente para chegar à maioria mesmo com o apoio do partido Yamina, de Naftali Bennett, que deverá ser o quarto mais votado (7 lugares).

A mesma sondagem dá 60 lugares ao bloco anti-Netanyahu, em que se incluem o Yesh Atid (17 lugares), Lista Conjunta (8), Kahol Lavan (8), Trabalhistas (7), Meretz (7), entre outros.

O canal público Kan também atualizou as suas previsões no mesmo sentido, apontando para que Netanyahu fique aquém da maioria, mesmo com apoio do Yamina.

Noutra sondagem atualizada, do Canal 12, a coligação anti-Governo alcança mesmo a maioria dos 120 lugares do Knesset.

Numa curta declaração após o fecho das urnas, Naftali Bennett, do partido Yamina, cujo papel será decisivo na formação de um novo Governo, afirmou que irá "fazer apenas o que for bom para o Estado de Israel", sem se pronunciar sobre a possibilidade de apoiar ou não Netanyahu. 

Yair Lapid, do segundo partido mais votado, Yesh Atid, afirmou entretanto que já mantém discussões "com os líderes do bloco anti-Netanyahu", dado que neste momento o primeiro-ministro cessante "não tem 61 lugares no Knesset, ao contrário do bloco para a mudança"

"Farei qualquer coisa para estabelecer um governo são no estado de Israel", disse Lapid, citado pela imprensa israelita.

Também entre os opositores do chefe de Governo, Benny Gantz, líder do partido Kahol Lavan, declarou que a partir de quarta-feira fará "tudo o que for possível para unir o bloco pró-mudança", de partidos que querem o afastamento de Netanyahu.

Antes da atualização das sondagens, Netanyahu, afirmou que tem condições para formar "um governo de direita estável e forte".

Através da rede social Twitter, e enquanto decorre a contagem dos votos das quartas eleições em menos de dois anos em Israel, Netanyahu afirmou que os resultados mostram que "uma clara maioria dos cidadãos israelitas" quer um governo de direita. 

Segundo o diário Haaretz, Netanyahu já discutiu o cenário pós-eleitoral com um dos seus principais aliados, Arye Dery, do partido ultra-ortodoxo Shas, que felicitou pelos "excelentes" resultados - 9 lugares, segundo as sondagens. 

Netanyahu aposta na aliança com os partidos religiosos (ultraortodoxos) e, facto novo, com a extrema-direita, enquanto Lapid conta com um acordo com partidos de esquerda e do centro, mas também os de direita dececionados com o primeiro-ministro.

O chefe do executivo cessante baseou a campanha eleitoral sobretudo na operação de vacinação contra a covid-19, considerada a maior a nível mundial, mas a oposição não deixou esquecer o julgamento de Netanyahu por corrupção em três casos diferentes, iniciado há alguns meses e que tem alimentado manifestações contra ele todos os sábados há 39 semanas.

Leia Também: Netanyahu lidera projeções sem maioria. Extrema-direita pode ser solução

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