O antigo diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Robert Redfield, referiu numa entrevista à CNN que acredita que o SARS-CoV-2 provavelmente teve origem no laboratório de Wuhan, apesar de não ter apresentado qualquer prova em concreto.
“Continuo a pensar que a mais provável origem deste patógeno em Wuhan foi um laboratório, que escapou”, declarou Redfield que liderou o CDC durante a administração Trump.
De resto, a sua opinião está em linha com a do antigo presidente norte-americano e de outros membros dessa administração, como por exemplo Mike Pompeo, o antigo secretário de Estado.
“Não é fora do comum patógenos respiratórios que estão a ser analisados num laboratório infetarem um funcionário do laboratório”, realçou Redfield, argumentando que lhe parece improvável que uma doença que pode ter tido origem em morcegos possa tão rapidamente “ter-se tornado um dos vírus mais infeciosos que conhecemos na humanidade de transmissão de humano para humano”.
O antigo chefe do CDC acrescentou que não estava a sugerir que a libertação do vírus tenha sido intencional.
Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infeciosas dos Estados Unidos, não tardou a contestar as afirmações de Redfield. No ‘briefing’ desta sexta-feira na Casa Branca, Fauci considerou que a teoria do antigo diretor do CDC é apenas “uma opinião”.
“Obviamente, há um grande número de teorias. O Dr. Redfield mencionou que estava a dar uma opinião para uma possibilidade, mas há outras alternativas. Outras alternativas que a maioria das pessoas suporta”, vincou Fauci, salientando que a maioria dos responsáveis de saúde pública discordam da teoria de que o vírus teve origem num laboratório chinês.
Foi esta teoria defendida por Trump – nunca comprovada – que contribuiu significativamente para que os crimes de ódio contra os americanos de ascendência asiática e as comunidades asiáticas disparassem nos Estados Unidos.
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