Este país tem 500 médicos para 9 milhões. Hospitais recusam novos doentes
Muitos hospitais estarão a recusar a entrada de novos doentes, abrindo exceções apenas a mulheres em trabalho de parto ou urgências graves.
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Mundo Papua Nova Guiné
A situação na Papua-Nova Guiné está tão grave que há registo de hospitais que estão a encerrar por não terem capacidade para receber mais doentes.
A denúncia é feita por Reva-Lou Reva, responsável por uma associação humanitária. "Isto é muito assustador", afirma o homem de 48 anos.
Segundo a CNN, esta ilha no oceano Pacífico tinha conseguido evitar as consequência mais gravosas da pandemia no país, ao manter o número de casos controlado. Em final de fevereiro, o país tinha registado, apenas, 1.275 casos da doença.
Mas durante o último mês, os casos mais do que triplicaram. O país regista um total de 4.660 casos de infeção e 39 mortes, com 560 novos casos a serem registados apenas esta sexta-feira, naquele que é um valor recorde de infeções diárias. A situação já levou o primeiro-ministro, James Marape, a admitir que existe uma "transmissão comunitária desenfreada".
Embora estes valores possam parecer razoáveis para muitos países, este não será o caso, dado que existem no país apenas 500 médicos para cerca de 9 milhões de habitantes. Se numa situação normal, o sistema de saúde já é considerado débil, neste caso a situação ganha contornos preocupantes, e está mesmo a atingir o colapso.
Muitos hospitais estarão a recusar a entrada de novos doentes, abrindo exceções apenas mulheres em trabalho de parto ou urgências graves.
O número reduzido de testes realizados significa que o número de infetados pode ser maior do que o que se pensa e esta desinformação está a preocupar aqueles que consideram que os habitantes do país ainda não estão a levar a ameaça a sério. A chegada das celebrações da Páscoa intensificam as preocupações.
Segundo a CNN, quando há um ano a pandemia surgiu, e ciente de que o sistema de saúde do país não aguentaria fazer frente a uma pandemia, o governo tomou medidas eficazes que lhes permitiram manter-se seguros. Contudo, o desleixo em relação a essas medidas e alguns eventos recentes, como o funeral do ex-primeiro-ministro Michael Somare, que juntou milhões de pessoas, propiciaram a propagação do vírus.
Agora, as autoridades anunciaram restrições às viagens entre províncias, o uso obrigatório de máscara, a proibição de reuniões e o fecho de escolas. Contudo, as medidas não estarão a ser acatadas e exige-se um reforço da ação policial.
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