"Estou muito impressionado com o empenho da presidência portuguesa na Europa Social, revemo-nos nesses valores que todos partilhamos. Penso nos europeus, em tratarmos adequadamente as pessoas", afirma Thomas Byrne, ministro dos Assuntos Europeus da Irlanda, em entrevista à Lusa à margem de uma visita a Lisboa.
"A agenda é muito importante, mas penso que, como estão as coisas, em termos de pandemia, a Cimeira vai realizar-se em formato presencial e vai enviar um forte sinal de cooperação, de esperança e de mudança", acrescenta.
Thomas Byrne assegura que o governo irlandês está alinhado com os objetivos da Cimeira e vai "trabalhar para assegurar que possa ser alcançado um acordo" sobre o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais proposto pela Comissão Europeia, incluindo a proposta de diretiva sobre um salário mínimo europeu.
A diretiva conta com o apoio de Dublin, que tem implementado um salário mínimo nacional elevado e "orgulha-se muito disso", e a Irlanda conta "ser muito útil" no trabalho para chegar a um acordo sobre a questão na UE.
"Será difícil, porque nem todos pensam da mesma forma. O princípio da subsidiariedade é importante, também para a Irlanda, e vai talvez ser uma dificuldade prática para alguns países", admite.
Mas, frisa, a Europa Social trata de questões "com que as pessoas se identificam" e se os líderes europeus forem capazes de "mostrar que trabalham para todos os cidadãos", o resultado da Cimeira pode também ser "uma resposta ao populismo".
"Temos aqui uma oportunidade de reavaliar a agenda global" com o foco na Europa Social, conclui.
A Cimeira Social, marcada para 07 e 08 de maio no Porto, é considerada pelo Governo português "o coração" e "momento alto" da presidência portuguesa do Conselho da UE e visa chegar a um acordo político dos 27 sobre o plano de ação para a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, um documento que tem por objetivo colocar as políticas sociais no centro das transições climática e digital, motores da recuperação económica e social.
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