Regime de Damasco utilizou armas químicas num ataque em 2018
Haia, 12 abr 2021 (Lusa) -- A Organização para a Interdição das Armas Químicas (OIAC) avançou hoje, após a conclusão de um inquérito, que a Força Aérea síria usou cloro num ataque perpetrado em 2018 na cidade de Saraqeb (noroeste da Síria).
© Lusa
Mundo OIAC
Uma equipa de investigadores da OIAC (na sigla em francês)"conclui que unidades da Força Aérea síria utilizaram armas químicas em 04 de fevereiro de 2018 em Saraqeb", cidade localizada a cerca de 50 quilómetros a sul de Alepo, declarou a organização com sede em Haia (Países Baixos), num comunicado.
Encarregada de identificar os autores de ataques com armas químicas, a equipa de identificação e de investigação da OIAC determinou que "existem motivos razoáveis para acreditar" que um helicóptero militar da Força Aérea síria "atacou o leste de Saraqeb, deixando cair pelo menos um cilindro".
"O cilindro despedaçou-se e libertou cloro numa grande área, afetando 12 pessoas", precisou o relatório da investigação.
Apesar da forte objeção por parte da Síria e dos seus aliados mais próximos, em particular a Rússia, a maioria dos Estados-membros da OIAC autorizou a organização internacional, em 2018, a identificar de forma explícita os autores de ataques perpetrados com armas químicas, indo assim mais longe do que apenas documentar o uso de tais armas.
O governo sírio tem negado qualquer envolvimento em ataques deste género, alegando que entregou todos os 'stocks' de armas químicas, processo que decorreu sob supervisão internacional na sequência de um acordo alcançado em 2013.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, o conflito civil na Síria, que entrou no seu 11.º ano, provocou mais de 388 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados, segundo os dados mais recentes do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A OIAC, criada ao abrigo da Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Utilização das Armas Químicas e sobre a sua Destruição (que entrou em vigor em 1997), é a única organização internacional que tem como mandato a destruição e prevenção do surgimento de um tipo de armas de destruição em massa.
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